O comentarista carnavalesco gênio criativo Milton Cunha assistia pela TV a coroação do rei Charles, transmitida diretamente da Inglaterra, quando recebeu uma ligação do prefeito Eduardo Paes (PSD):
“Está vendo? Quero uma coroação igual para o Rei Momo!”.
Nascia aí a “Ópera bufa, efeméride opulenta de coroação e entrega das chaves do Rio de Janeiro”. Uma cerimônia espetáculo em quatro atos: “A chegada”, “A subida das escadas”, “A coroação” e “O baile”.
“Tínhamos que fazer aquele ritual com o nosso jeito. Aqui, o Arcebispo de Canterbury vira na pomba-gira do Caju”, explica Milton.
No reino da Cariocalândia tem o Rei Dudu e a rainha Cris e uma soprano do Theatro Municipal cantando Aleluia de Hendel. Duzentos artistas compõem a corte e os convidados — entre eles a Condessa de Cornualha e seu marido Cornudo. Tudo, claro, num cenário à altura.
Milton assina a concepção, a direção e a apresentação da cerimônia que vai acontecer no dia 9, no Palácio da Cidade.
“Os portões serão abertos às 9h, e a cerimônia começa às 11h30. Pontualmente”, avisa.
Kkkkkkk! Rei Dudu?
Kkkkkkk! Rei Dudu? Pomba-gira do Caju! Isso será imperdível!
E eu pensando que fosse piada, descobri que a palhaça sou eu. Mas não se preocupe: você também faz parte desse circo do mal com dinheiro público.