Com o fim do prazo para declaração dos gastos de campanha nesta terça-feira (5), o influenciador digital e recém-eleito vereador Rick Azevedo (PSOL) se consagrou como o candidato mais econômico na corrida por uma das cadeiras do Palácio Pedro Ernesto.
O moço foi quem menos recebeu dinheiro para a campanha. Com apenas R$ 59.993 mil — dos quais quase a totalidade veio de doações da direção municipal do PSOL, Rick estabeleceu o recorde do “voto mais barato” dessas eleições, com um custo de R$ 2,04 por eleitor conquistado. Com 29.364 votos ele foi o vereador mais votado do partido. Ele ocupou o posto oposto do também estreante Diego Faro, do PL, que teve o voto mais caro, por R$ 146,14 cada.
Conhecido nas redes pelo seu movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e por um discurso ferrenho contra contra a escala de trabalho 6×1 — regulamentada pela CLT — Rick teve uma campanha enxuta, com um total declarado de R$ 59.993 mil, dos quais quase a totalidade veio de doações da Direção Municipal do PSOL.
O estreante declarou ter gastado apenas R$ 11 mil em publicidade, desse valor: R$ 7.3 mil foram para materiais impressos e R$ 4 mil para impulsionar conteúdos nas redes sociais. Enquanto Rick gastou menos, Jorge Canella (União) liderou em gastos com publicidade, desembolsando R$ 1,2 milhão para espalhar sua imagem por toda a cidade — incluindo R$ 793 mil só em adesivos.
Luta pelo fim da escala 6×1 e pressão parlamentar
Não contente em ser só o candidato econômico, Rick já está fazendo barulho nas redes sociais e em Brasília, pressionando deputados federais a apoiarem sua PEC que revisa a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para abolir o regime no qual um funcionário precisa trabalhar seis dias durante a semana para ter direito a um dia de folga. Rick considera a legislação trabalhista como “escravocrata”.
A proposta, que ganhou apoio da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e foi apresentada ao Congresso no Dia do Trabalhador, promete mudar as regras para milhões de trabalhadores brasileiros. Porém, a batalha de Rick está longe de acabar.
Para avançar, a PEC precisa de 171 assinaturas na Câmara dos Deputados e 27 no Senado. Até agora, a proposta conseguiu 71 assinaturas na Câmara, com apoio integral do PSOL e parte do PT. A maior resistência vem da direita: dos 92 parlamentares do PL, apenas Fernando Rodolfo (PE) aderiu à causa, assim como um ou dois apoios isolados de partidos como Republicanos, PP e PSDB.
Se o estreante Rick Azevedo continuará fazendo mais com menos, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: o recém-eleito já chegou economizando no bolso e gastando muito na pressão pelas redes sociais.