A sede do PL, na Avenida Rio Branco — do ladinho da Assembleia Legislativa — virou ponto de romaria nesta terça-feira (14). Parlamentares do partido fizeram fila para subir nos elevadores e participar do beija-mão do presidente nacional Valdemar Costa Neto. Alan Lopes, Filippe Poubel, India Armelau, Thiago Gagliasso e Rafael Satiê foram alguns dos participantes da pajelança.
Mas nem todos saíram felizes do encontro.
Os mais radicais estavam furiosos com o fato de Valdemar ter dito que as portas do partido não estão fechadas ao prefeito Eduardo Paes (PSD). E que a possibilidade de apoiar a candidatura do alcaide ao governo do estado, no ano que vem, não está descartada.
No plenário da Alerj, ontem, os bélicos Gagliasso e Índia reclamavam para quem quisesse ouvir. A dupla dizia em alto e bom som que não marcha com Paes — nem sob as ordens do mandachuva do partido.
Estamos exatamente a um ano da eleição. A treta, pelo visto, parece estar só começando.
Valdemar já tinha aventado a possibilidade de o PL apoiar Paes em entrevista concedida em setembro
Não é a primeira vez que Valdemar cogita a possibilidade de apoiar a candidatura de Paes. Em setembro, em entrevista à Rádio Jovem Pan, o presidente chegou a dizer que o diretório do Rio tem autonomia, se quiser escolher caminhar com o prefeito do Rio.
“Acho muito difícil tirar a eleição do Eduardo Paes”, disse Valdemar. “E o nosso pessoal tem simpatia por ele também. No Rio, o nosso pessoal está estudando. Lá eles têm autonomia para tudo isso”, afirmou.
Na ocasião, Bruno Bonetti, presidente municipal do partido, reconheceu que a eleição do ano que vem será complicada para o PL. Mas reafirmou que, hoje, não há possibilidade de apoiar o prefeito do Rio.
“Valdemar não mentiu, realmente derrotar o Paes não é tarefa fácil. Se algum correligionário tem simpatia pessoal pelo prefeito, nós respeitamos. Mas isso não se traduz em aliança politica. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, avisou o poderoso do PL do Rio.
O eleitor de direita votava no Paes até 2020. Apoiaram e agora reclamam. Para se ter uma ideia, a mãe do vereador Carlos Bolsonaro ocupava cargo no governo Paes.