Se a sessão de quinta-feira passada foi de fogo no parquinho da Cinelândia, nesta terça-feira (20), o colégio de líderes da Câmara do Rio teve um quê de sala do bedel. Com temas espinhosos para debater, como o projeto da força de elite da Guarda Municipal, parte da reunião acabou consumida pelo recado coletivo de que a Casa não vê com bons olhos quem se volta contra os pares — e que a disputa política não vai baixar da linha da cintura no velho Palácio Pedro Ernesto.
Ordem dada, missão cumprida.
O novato Felipe Pires (PT) desculpou-se com o colega Rogério Amorim (PL) por tentar colado no coleguinha o malfeito de seu ex-assessor Luis Mauricio Martins Gualda, suspeito de ter cometido um furto em Niterói usando uma máscara de silicone. Ao apresentar um projeto para proibir, no município do Rio, a venda de máscaras realistas, Pires anunciou que a proposta seria apelidada de “Lei Família Amorim”.
O papel de mediadora coube à presidente do Conselho de Ética da Câmara do Rio, Rosa Fernandes (PSD), que deu uma enquadrada na turma, falando sobre o comportamento que se espera de um parlamentar. A decana ainda agradeceu aos bombeiros Átila Nunes (PSD), Carlo Caiado (PSD), Dr. Gilberto (SDD) e Paulo Messina (PL), que, antes, já haviam conversado com o petista e trabalhado para baixar a temperatura.
Márcio Santos (PV) mencionou a péssima experiência com o agora ex-vereador Gabriel Monteiro, e afirmou que não dá para conviver com esse tipo de fogo amigo no plenário da Câmara do Rio. Messina citou o (mau) exemplo de Rubens Teixeira, que desrespeitava os vereadores — e lembrou que, como “primeiro ministro” do então prefeito Marcelo Crivella, ele mesmo deu uma chamada no colega.
Petista é visto na Câmara do Rio como incendiário
Aliás, nos corredores já se comenta que não foi um caso isolado. E que Pires, desde que chegou à casa, fala lançando chamas para todos os lados.
Mas o moço, depois do puxão de orelhas coletivo, parece ter sido flagrado no mau passo. A um pedido de desculpas em privado ainda na semana passada, somou-se o mea culpa público — e a promessa de não apenas abster-se de ataques pessoais, como de evitar que outros novatos repitam o comportamento.