A punição aos candidatos que estão escondendo o apoio do PT à reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD), pedida por um grupo de 50 líderes do partido no Rio, não encontrou acolhida no diretório nacional.
O grupo solicitou a retirada dos recursos do fundo eleitoral a estas candidaturas e também a não inserção das mesmas nos programas de horário eleitoral gratuito no rádio e na TV.
“O companheiro da presidente do PT não apoia o Eduardo Paes. Apoia Tarcísio Motta. A presidente do partido vai punir o namorado também? Ia ser, no mínimo, incoerente”, alfinetou uma representante do partido, referindo-se ao deputado federal Lindbergh Farias, namorado da presidente Gleisi Hoffmann.
PT também mantem os olhos nos votos dos rebeldes
A verdade é que a direção do partido não quer prescindir dos votos de candidatos que prometem um bom desempenho em 6 de outubro.
É o caso do vereador Dr. Marcos Paulo, que acabou de deixar o PSOL e chegou ao partido com a chancela de Marcelo Freixo; da professora Maíra do MST — que, como o nome sugere, tem o apoio dos Sem Terra e da deputada estadual Marina do MST —; do advogado Rodrigo Mondego, que ganhou muita visibilidade na Comissão de Direitos Humanos da OAB; e da professora Fátima Lima, a única que efetivamente apoia Tarcísio Motta e espera contar com os votos dos petistas descontentes com o apoio a Eduardo Paes.
Incluindo, claro, Lindbergh Farias.
Se o PT tivesse ouvido as bases e apoiado Tarcísio Motta, teríamos um segundo turno sem bolsonaristas, entre Tarcisio e Paes. Mesmo assim, em virtude da grandeza do Tarcísio e da militância aguerrida que faz campanha por convicção ideológica o Professor vai para o segundo turno e a professora para a Câmara Municipal.
Um apoio feito sem debate, sem compromisso programático, merecia era ter mais candidatos rebeldes.
Parabéns à Professora Fátima Lima pela coragem. Queremos um Rio pela esquerda.