O governador Cláudio Castro (PL) andou alarmando sobre o risco de atraso de salários de servidores em 2025 e ordenou cortes de gastos nas secretarias, mas o Proderj — que deve ter um santo mais forte — tem passado ao largo da crise financeira. Só nas duas últimas publicações, a autarquia de tecnologia ligada à Secretaria de Transformação Digital previu mais de R$ 177 milhões de despesas.
No último dia 21, o Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio (Proderj) homologou o pregão para contratar empresa para implantação e disponibilização de soluções de governo digital. Por R$ 89 milhões, a escolhida para o serviço foi a Cix Citizen Experience S/A.
Mal acabou um certame, o Proderj já lançou outro. O Diário Oficial desta sexta-feira (30) trouxe o aviso de nova licitação, estimada em R$ 88 milhões e dividida em dois lotes, para contratar terceirizada que forneça solução de videomonitoramento inteligente e controle de acesso.
E não muito distante, no fim de julho, o Proderj publicou despesa no valor de R$ 21,9 milhões para contratar uma solução integrada de Sistema de Gestão de Bens Móveis (patrimônio) e Gestão de Almoxarifado Físico (bens de consumo).
Cabe ressaltar que o governo estadual já gastou mais de R$ 1,2 bilhão em conversão digital, modernização e transparência das informações. Do montante, R$ 800 milhões foram através da Secretaria da Transformação Digital e do Proderj e os R$ 400 milhões restantes em outros órgãos da administração estadual.
Riscos altos
Em junho, uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) apontou 12 riscos altos para a implementação da Estratégia de Governo Digital. O levantamento do TCE avaliou o impacto da criação da Secretaria Estadual de Transformação Digital e analisou o Programa RJ digital.
Entre os apontamentos feitos pelo TCE estão, por exemplo, a possibilidade de interrupção de serviços e vazamento de dados devido a ataques cibernéticos e desafios relacionados à exclusão digital.
POR FÁBIO MARTINS E FABIANA PAIVA