O procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, disse que não esperava que um vazamento de informações de operação da Polícia Federal tenha partido da Assembleia Legislativa (Alerj). Nesta quinta (04), durante o Consórcio de Integração do Sul e Sudeste (Cosud), ele comentou o caso do vazamento sobre a Operação Zargun, em setembro. O presidente da Alerj, Ricardo Bacellar (União), foi preso por acusações de revelar informações sobre a operação.
Em entrevista ao “g1”, ele disse que havia indícios de vazamento na época da realização da operação, que prendeu o então deputado TH Jóias por acusações de colaboração com o tráfico de drogas, mas não imaginava que a Alerj pudesse ter relação com o caso.
“[Recebi com] muita surpresa, porque não havia, como não há na nossa investigação nenhum indicativo de que o vazamento pudesse ter saído da Assembleia Legislativa. Estamos aguardando a apuração dos fatos, e receber, se for o caso, uma comunicação formal por parte do Supremo”, disse o procurador-geral do Rio.
Casa de TH Jóias tinha sinais de fuga, relembra procurador-geral
Bacellar é acusado de obter informações sobre a operação contra TH Jóias e enviar mensagens para ele no dia anterior à ação. Nas correspondências trocadas entre eles na véspera da operação, Bacellar teria orientado o então deputado a destruir provas. Antonio José relembrou que, no dia da ação, a casa de TH apresentava sinais de fuga.
“Realmente, como houve uma certa dificuldade para a realização da prisão, como a residência em que o então deputado habitava estava desfeita, com sinais de uma fuga, isso levantou a suspeita e gerou uma apuração interna”, disse o procurador-geral.
Bacellar segue preso. Na tarde desta sexta (05), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj discute a prisão.

