Três traficantes foram presos, na manhã desta quinta-feira (20), acusados de extorsão contra motoristas de aplicativo na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. No final de maio, mais de 20 profissionais foram feitos reféns por criminosos na localidade.
As prisões fazem parte da Operação Bandeira Livre, realizada pela 37ª DP (Ilha do Governador). A operação acontece na comunidade do Dendê. Agentes das delegacias do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC); Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) participaram da ação.
De acordo com as investigações, os alvos pertencem à facção Terceiro Comando Puro (TCP) e atuam como narcomilicianos na região, traficando drogas e extorquindo motoristas de aplicativos. O bando faz ameaças com armas de fogo, homicídios e tortura as vítimas. Ainda segundo a 37ª DP, os bandidos lucram com a cobrança ilegal de “taxas”, tentando controlar o serviço de transporte por aplicativo na região.
O delegado Felipe Santoro, titular da distrital, explicou que as operações realizadas pela Polícia Militar na localidade nos últimos dias também possibilitaram a coleta de dados, que contribuíram para identificar os autores do crime e com a investigação da prática.
“O trabalho de campo da PM também foi essencial para monitorar a movimentação dos bandidos. Essa integração entre as instituições foi peça-chave para o sucesso da operação”, disse.
Momentos de pânico
Mais de 20 motoristas de aplicativo foram feitos reféns na Ilha do Governador, na noite de 30 de maio, após serem atraídos por traficantes da região que solicitaram corridas falsas. Segundo testemunhas, os motoristas só foram liberados mediante pagamentos feitos em dinheiro e PIX para os criminosos.
Eles foram chamados para buscar passageiros na Rua Magno Martins mas, ao chegarem ao local, acabaram rendidos por traficantes do Morro do Dendê, que levaram os reféns para a comunidade. De acordo com uma das vítimas, os motoristas de fora da Ilha foram proibidos de circular na região. Caso sejam moradores, precisam pagar aos bandidos uma taxa semanal de R$ 60 para trabalhar.