O angiologista Carlos Enaldo de Araújo Pacheco, que comandava a Fundação Saúde desde fevereiro, deixou o cargo nesta terça-feira (01). A exoneração, a pedido, foi publicada no Diário Oficial do governo do estado.
Carlos Enaldo era diretor-técnico assistencial na própria instituição e foi promovido a diretor-executivo no lugar do ortopedista Marcus Vinícius Fernandes Dias — que assumira o comando da Fundação Saúde no susto, em plena crise da contaminação de transplantados com HIV.
Desde que chegara, Marcus Vinícius avisava que só ia reorganizar a casa e deixaria o posto. No dia 24 de fevereiro, apenas três meses depois, cumpriu a promessa. Com as contas em dia, o estoque reabastecido e a gestão de volta aos eixos, saiu da Fundação Saúde e foi renomeado no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói.
Curiosamente, com apenas quatro meses no comando, Carlos Enaldo também arrumou as gavetas. Ficou uns 30 dias a mais que seu antecessor no cargo.
Sei não, mas se receber o convite para a diretoria-executiva da Fundação Saúde, convém pensar melhor…
O escândalo que abalou a Fundação Saúde: transplantados contaminados por HIV
Em outubro de 2024, foi constatado que seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro estavam infectados com o vírus HIV. Eles receberam órgãos de dois doadores que, segundo investigações, tiveram resultados falso-negativos em testes para HIV realizados no laboratório PCS Saleme, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O PCS Saleme fora contratado pela Fundação Saúde.
Dez dias depois, no início de novembro, toda a diretoria da Fundação Saúde entregou os cargos. O governador Cláudio Castro (PL) aceitou o pedido e o órgão ficou acéfalo, acumulando problemas com fornecedores e com os estoques nas mais de 50 unidades de saúde do estado que administra.
Foi aí que Marcus Vinícius foi convocado a assumir e reorganizar a casa. Cumpriu a tarefa e saiu, dando continuidade ao boliche gerencial em que se transformou a fundação.