A Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap-RJ), realizaram nesta quinta-feira (27), a demolição de 19 construções irregulares no entorno do Complexo Penitenciário de Bangu (Gericinó), uma área de segurança onde edificações são proibidas por lei. Engenheiros da prefeitura estimam um prejuízo de R$ 2 milhões aos responsáveis.
Desses imóveis, 12 estão desocupados e apenas dois habitados e foram assistidos pelas equipes da Assistência Social. Também foram identificadas cinco estruturas que servem como criadouros de animais. Todos os imóveis foram notificados previamente. A região, a menos de 250 metros da unidade prisional, sofre influência do crime organizado.
Durante a operação, os agentes também encontraram e apreenderam 14 rolos com quantidades diversas, totalizando 700 metros de cabos de fibra ótica, com características de pertencerem às instalações públicas. Além disso, foram cortadas duas ligações clandestinas, uma de luz e outra de água, com 660 metros de cabos de cobre utilizados nas ligações clandestinas de energia elétrica. Foram removidas duas carcaças de veículos abandonados.
Também participaram da operação agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Comlurb, Cedae, Light, Rio Águas e Rio Luz.
Ação anterior demoliu 22 construções irregulares
Uma outra operação realizada pela SEOP, MP, Polícia Militar e SEAP, em 25 de fevereiro, demoliu 22 construções irregulares, também nas imediações do Complexo Penitenciário de Bangu e dentro desse cinturão de segurança.
De acordo com o MPRJ, as invasões de propriedade e construções clandestinas ao redor do complexo prisional, supostamente orquestradas por uma facção criminosa, facilitam fugas e a entrada de itens proibidos no Complexo de Gericinó. Essas áreas são utilizadas para práticas ilícitas, como arremesso de drogas e de celulares para dentro das prisões, e podem servir como instrumento para facilitar possíveis fugas.
As operações foram planejadas a partir de um relatório da Subsecretaria de Inteligência da Seap, que aponta que criminosos do Comando Vermelho vêm instituindo bases de atuação no entorno do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, com o objetivo de tomar os bairros próximos para formar um cinturão ao redor das unidades prisionais, onde estão custodiados os principais chefes do grupo criminoso.