A Prefeitura do Rio anunciou, na tarde desta quarta-feira (8), novo adiamento da substituição do RioCard pelo cartão Jaé nos transportes municipais para o dia 1º de julho de 2025. Inicialmente, o fim do processo de transição estava marcado para fevereiro deste ano.
O prefeito Eduardo Paes (PSD) e a secretária de Transportes, Maína Celidônio, fizeram o anúncio, durante coletiva de imprensa. No evento, Paes novamente atacou a gestão do RioCard, que é o sistema de bilhetagem estadual dos transportes.
“Ontem eu tomei a decisão desse adiamento porque, além de prejudicar o morador da Região Metropolitana, fui procurado por uma empresa de São Paulo dizendo que estavam adquirindo o Jaé. Mas quem manda no sistema é a prefeitura, não são mais os empresários de ônibus”, explicou.
Segundo a prefeitura, a falta de tempo hábil para cadastrar todos os usuários no novo sistema foi um dos motivos para o adiamento. O segundo motivo, seria a falta de dados sobre os usuários de transporte público na capital. O prefeito responsabilizou diretamente a Riocard e a Fetranspor por “omitir” essas informações e assim atrapalhar o processo de transição.
No entanto, Paes afirmou que não recuará no projeto do Jaé, que atualmente conta com um milhão de usuários cadastrados e cerca de 700 mil cartões emitidos, e ainda pressionou o governador Cláudio Castro (PL): “o estado terá que aderir ao novo sistema”.
“População da Região Metropolitana do Rio, fiquem tranquilos que a Prefeitura do Rio respeita vocês e tenho certeza que o governador Cláudio Castro também. Teremos cinco meses para compatibilizar esses sistemas porque de 1º de julho não vai passar”, garantiu Paes.
Em nota, a Riocard disse que “sempre apoiou o processo de transição para o novo sistema de bilhetagem da Prefeitura” e “colaborou integralmente, acatando todas as determinações”.
“Dois anos após o início da nova operação, o desempenho pífio da empresa contratada pela Prefeitura, que transporta atualmente apenas 1,7% do total de passageiros dos transportes municipais (ônibus, vans, BRT e VLT), não permite uma transição adequada entre os dois sistemas de bilhetagem. As dificuldades do Consórcio Bilhete Digital, responsável pelo cartão Jaé, refletiram em perdas para a Riocard Mais, que, mesmo assim, está mantendo o pleno funcionamento da sua operação no Município” diz a empresa.
Prefeito não descarta novo adiamento para implementação do Jaé
Apesar de reafirmar que o sistema está operando — e atenuar a instabilidade apresentada na manhã desta quarta-feira (8) — o prefeito disse que, a previsão anterior para início da operação exclusiva em fevereiro, foi estabelecida a partir de uma “promessa” do governo do estado. A nova data, 1º de julho, seria uma nova promessa, a partir de conversa com o governador Cláudio Castro. O que, segundo Paes, ainda deixa a questão “em aberto”. “A gente não tem pressa”, minimizou.
“Eu tive a confirmação do governador há meses atrás e hoje pelo seu chefe de gabinete, de que eles vão trabalhar firme para que essas informações [da Riocard] sejam passadas e o povo da região metropolitana não seja prejudicado” disse Paes.