A política do Rio passou por dois velórios em uma semana. Na terça-feira passada (21), a Câmara de Vereadores prestou suas homenagens ao Professor Célio Luparelli (PSD). Nesta terça, foi a vez de a Assembleia Legislativa velar o deputado estadual Otoni de Paula Pai (MDB).
Para além da consternação geral, a lição das cerimônias foi a de que a turma da política é unida na hora da perda de um colega querido. Mas só até a página dois.
O velório de Luparelli juntou no velho Palácio Pedro Ernesto dois bicudos que não se beijam. De um lado, o prefeito Eduardo Paes (PSD). De outro, a vereadora Teresa Bergher (PSDB); uma ferrenha adversária. O clima não foi de leveza. Nem diante do falecido, os dois se cumprimentaram.
Na cerimônia de hoje, Paes foi ao Palácio Tiradentes prestar o seu tributo a Otoni Pai. Chegou com o pastor Abner Ferreira, presidente da Assembleia de Deus em Madureira, denominação seguida pela família do deputado. Foi bem recebido, inclusive pelo filho do homem, o deputado federal Otoni de Paula, pré-candidato a prefeito pelo MDB e um de seus adversários.
O presidente da Assembleia Legislativa e do União Brasil, Rodrigo Bacellar, já tinha deixado o plenário quando Paes chegou. Mas o deputado Rodrigo Amorim, pré-candidato do partido a prefeito, não teve a mesma destreza. Ao sair batido, deu de cara com o rival. Ambos estenderam as mãos e se cumprimentaram. Mas só. Nem uma palavrinha a mais foi trocada.
Cenas de carinho
Mas também teve espaço para a ternura.
Amigos que não se viam desde o último mandato, Paulo Messina (PL), ex-vereador e ex-primeiro-ministro de Marcelo Crivella, e o vereador Luiz Ramos Filho (PSD) se reecontraram no velório de Luparelli.
Depois de juras de amor eterno, abraços e beijinhos, Ramos Filho anunciou que vai dar a Medalha Pedro Ernesto ao amigo Messina, pelo serviço de conscientização que tem feito sobre o autismo.
“Você merece”, disse.
Pai de autistas e militante da causa, Messina tem quase 22 milhões de espectadores por mês nas redes sociais.