O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) e a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense estão em Vassouras, no Sul Fluminense, em busca de Fernando Cézar Avelino de Oliveira, o Fernandinho Avelino.
O moço, de 28 anos, é suspeito de participar da morte do empresário Thiago Amorim Navarro, em 13 de janeiro. A 2ª Vara de Vassouras expediu o mandado de prisão e Fernandinho já é considerado foragido da Justiça. A família Avelino é conhecida no Rio há 60 anos pela violência
O crime
Thiago Navarro tinha 31 anos e era amigo de infância de Fernandinho Avelino. As investigações apontam que o empresário foi morto por causa de um cheque de R$ 4 mil. Segundo a Polícia Civil, Thiago tinha um açougue e comprava carne da empresa de Avelino. Parentes relataram que o cheque foi devolvido, o que gerou um desentendimento entre os dois pela falta de pagamento.
Depois do entrevero, eles não se falaram mais. Dois anos e meio depois, Thiago encontrou Fernando Avelino porque precisava da assinatura dele para limpar seu nome no banco.
Pouco tempo depois, foi encontrado morto.
Antes de ser assassinado e carbonizado em um carro incendiado, Thiago teria ligado para sua mulher, avisando que estava na casa do ex-amigo de infância. As apurações revelaram que Fernandinho Avelino esteve no local do crime e, em seguida, voltou para casa e desativou o aparelho celular da vítima.
O primo
Fernandinho é primo de João Pedro, acusado de assassinar os dois jovens no Pará, em 2020. João chegou a ser preso pelo crime, mas conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Pará alegando problemas de saúde. Ele teria saído com tornozeleira eletrônica, mas quebrou o aparelho e está foragido. De acordo com investigadores, ele passou a viver no interior do Rio, sob a proteção da família Avelino.
No dia 23 de setembro de 2022, três pessoas foram assassinadas no Clube de Shows de Paraíba do Sul, no interior do Rio. O alvo foi o policial militar George Rodrigo Mendes. Segundo o irmão de George, integrante da tropa de elite da Polícia Civil (Core), o assassino foi João Pedro e o crime foi por vingança.
Nove meses antes, George estava à paisana quando presenciou uma caminhonete branca passar e efetuar disparo contra um carro. Ele parou a caminhonete, chamou reforço e levou os cinco ocupantes do veículo para a delegacia. Dois eram da família Avelino, Antônio Avelino de Oliveira e Cézar Augusto Bernardes de Oliveira. Cézar é irmão de João Pedro, autor dos crimes no Pará.
Cinco pessoas testemunharam que foi João Pedro o autor do crime. Segundo uma reportagem do “Fantástico” exibida em junho, quatro deles voltaram atrás na versão. Um amigo de George, que manteve o relato e presenciou a cena, acredita que foi por pressão da família Avelino. Ele também foi ameaçado, mas como não cedeu, teve que se mudar do Brasil.
Velha conhecida
Na década de 1980, a fama dos Avelinos já chocava o Brasil. Eles teriam feito um acordo de paz, mas que funcionou por pouco tempo. O programa “Linha Direta”, da TV Globo, mostrou que, em 2022, eles voltaram a matar. E, segundo as investigações, as novas gerações seguem com a violência.