Subiu para 20 o número de criminosos presos durante a megaoperação da Polícia Civil no Complexo de Israel, realizada nesta terça-feira (10). Também foram apreendidos oito fuzis, duas pistolas, granadas, coquetéis molotov e drogas.
Os agentes encontraram ainda uma falsa igreja usada pelos traficantes para despistar operações policiais, além de uma construção que funcionaria como “área de lazer” do grupo.
A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e de delegacias da capital, Baixada e interior. A operação é resultado de sete meses de investigação, que identificaram 44 traficantes sem mandados de prisão anteriores.
“Esse trabalho da Polícia Civil de identificar e solicitar mandados contra criminosos ainda sem registros formais é fundamental para que eles não escapem quando capturados. Eles serão presos um por um, onde estiverem”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL).
Estrutura do crime no Complexo de Israel
As investigações revelaram uma organização criminosa estruturada e armada, sob liderança de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, apontado como um dos narcotraficantes mais perigosos do estado. O grupo atua nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.
A facção impõe domínio por meio de barricadas, drones para vigiar ações policiais, toque de recolher e monopólio de serviços públicos, além de promover intolerância religiosa. Também foi descoberto um núcleo especializado em abater aeronaves da polícia, com armamento pesado e treinamento tático.
“Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos foram mais de 70 ataques às nossas aeronaves”, afirmou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.