Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) desencadearam, na manhã desta terça-feira (28), a Operação Família S.A contra uma quadrilha que revendia cabos de cobre desviados da empresa de telefonia Oi. Segundo a polícia, o esquema seria liderado por pai e filho, Celso e Eduardo Neri, respectivamente, e teria movimentado cerca de R$ 300 milhões em apenas um ano e meio. Os agentes apreenderam três toneladas de cobre de origem duvidosa.
Ao todo, foram executados 17 mandatos de busca e apreensão em municípios da Região Metropolitana como São Gonçalo, Nilópolis, Niterói e Maricá. A compra e venda ilegal do cobre era feita com a ajuda de funcionários e ex-funcionários da empresa Serede, prestadora de serviço para a Oi.
Entre outubro de 2022 e fevereiro deste ano, um dos donos da Serede movimentou mais de R$ 22 milhões, o que chamou a atenção dos policiais pela incompatibilidade do valor com a capacidade financeira declarada.
Segundo a investigação, pai e filho, juntos de um outro integrante da família, revendiam o material furtado para ferros-velhos, a fim de mascarar o caráter ilícito do negócio. Os pagamentos eram feitos em espécie e as movimentações financeiras entre a quadrilha era rapidamente retirada das contas bancárias, evitando possíveis rastros.
A investigação desta terça teve início em agosto de 2023, quando três indivíduos foram presos em flagrante com grande quantidade de cabos de telefonia em um galpão de reciclagem na Baixada Fluminense. Desde então, o material passou a ser rastreado pela Polícia Civil. Os três confessaram que os cabos, identificados como pertencentes à Oi, eram desviados. Em determinando momento, foram identificadas as movimentações financeiras suspeitas, que indicavam a lavagem de dinheiro feita pelos criminosos. Ao todo, 12 pessoas são investigadas pelo crime.
A ação da DRF tem o objetivo também de conscientizar proprietários dos ferros-velhos e recicladoras a respeito do Decreto 48.555, de 20 de junho de 2023, e da Resolução 506, de 2023, da Secretaria de Estado de Polícia Civil, que regulamentou a concessão do Cadastro de Estabelecimento de Reciclagem (CER), em conformidade com a Lei 9.169/2021. O CER permite que o acesso ao aplicativo Sucata On-line, da Polícia Civil, que monitora todo o material adquirido por esses estabelecimentos, além de um banco de dados e fotos dos vendedores e das mercadorias comercializadas.