O governador Cláudio Castro (PL) embarca, nesta terça-feira (15), para Brasília. Oficialmente, vai acompanhar a prometida derrubada dos vetos do presidente Lula (PT) ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) — providência fundamental para a saúde financeira do estado.
Mas há um interesse tão importante quanto neste voo direto ao Planalto. Castro vai se encontrar com o mandachuva do PL, Valdemar Costa Neto. Existe, no partido, uma força-tarefa empenhada em pacificar as relações entre o governador do Rio e a família Bolsonaro.
Na última sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou que não vai mais apoiar as pretensões do governador em se eleger senador no ano que vem. E que também não pedirá votos para o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União), ungido por Castro para disputar a sua sucessão. A decisão de Jair rachou o campo de direita e centro-direita do Rio.
O estopim da crise no PL foi a exoneração de Washington Reis
Na centro do problema, a exoneração de Washington Reis (MDB) do cargo de secretário estadual de Transportes — assinada e publicada por Bacellar, na condição de governador em exercício, na ausência do titular. Para piorar a situação, mesmo com o pedido do senador Flávio Bolsonaro, Castro não reintegrou o emedebista ao cargo quando voltou de viagem.
Em Brasília, o governador terá a chance de explicar a Valdemar os motivos de sua decisão — e tentar reconquistar a simpatia dos mais radicais à sua candidatura. Sem o apoio dos Bolsonaro, as chances de Castro se eleger ficam mais reduzidas. O governador disse que até considera não deixar mais o governo para se candidatar, “se isso for melhor para uma transição pacifica”.