Uma menina de 7 anos foi atacada por um cão da raça pitbull em Santa Teresa, na região central do Rio. Agatha Brenda voltava de um passeio com a mãe, Rosilda Maria dos Santos. Ao se aproximarem de sua casa, na Rua Áurea, o animal se desvencilhou do tutor e avançou sobre Agatha, que caiu e sofreu com as mordidas do cão.
O caso ocorreu neste domingo (12). A mãe pediu socorro à irmã, que estava em casa, e somente assim conseguiram apartar o cachorro. A menina — que teve ferimentos no peito, na cintura, nas costas e no bumbum, foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, onde ficou dois dias internada antes de ter alta nesta terça-feira (14).
Rosilda conta que moradores e outras pessoas que passavam pelo local durante o ataque se revoltaram com o tutor do cachorro, que, irritado, reagiu e ameaçou a todos com uma faca. Ele conduzia o animal sem focinheira, apesar da Lei Estadual nº4.597, de 16 de setembro de 2005, determinar que os cães considerados mais ferozes, como pitbull, fila, doberman e rotweiller, só podem circular em áreas públicas com acessório. O descumprimento da lei prevê multa de quase R$ 23 mil reais e apreensão do animal em casos reincidentes.
O homem foi detido por policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) e levado à 7ª DP (Santa Teresa). A faca foi apreendida e o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.
Debate sobre pitbulls e outros cães ferozes volta à tona
O debate sobre os cães considerados mais bravos, como os da raça pitbull, voltou a ganhar destaque após o caso da escritora e poetisa Roseana Murray, atacada por três cães da raça em Saquarema, na Região dos Lagos, na manhã de 05 de abril.
A escritora foi arrastada por cinco metros e perdeu o braço direito e uma das orelhas. O braço esquerdo precisou ser reconstituído, assim como o lábio. Ela ficou treze dias internada no Hospital Municipal Alberto Torres, em São Gonçalo, para se recuperar do ataque.
No dia 29 de abril, um pitbull foi morto após atacar um promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que acompanhava uma operação de demolição na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca. O animal estava solto, desacompanhado e sem focinheira. O cão avançou sobre o promotor Andre Buonora, e mordeu sua panturrilha.
Um agente da escolta armada foi quem reagiu e disparou três vezes contra o cachorro. O tutor levou o animal a uma clínica veterinária, mas ele não resistiu.
O presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Câmara do Rio, Luiz Ramos Filho (PSD), chegou a admitir que, desde a agressão sofrida por Roseana, vinha recebendo incontáveis denúncias e pedidos de resgate de cães da raça pitbull, que sofreram o aumento do abandono por parte dos tutores.
Na próxima segunda (20), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj realizará uma reunião extraordinária para debater leis sobre cães considerados ferozes, assim como o abandono destes.