O prefeito Eduardo Paes (PSD) participou, nesta quarta-feira (11), de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2025, conhecida como PEC da Segurança Pública. Em sua fala, Paes defendeu que, além de incluir as guardas municipais entre os órgãos de segurança pública reconhecidos pela Constituição Federal, a proposta também permita que essas corporações realizem patrulhamento preventivo e ostensivo nas cidades.
O prefeito baseou sua argumentação em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza o armamento da Guarda Municipal e o policiamento ostensivo comunitário em vias públicas. Segundo Paes, o texto atual da PEC vai na contramão dessa decisão, ao limitar as guardas municipais às suas atribuições originais, como a proteção de bens, serviços e instalações públicas.
Força de Segurança Municipal
Por isso, Paes defendeu que a proposta traga maior clareza sobre as atribuições das diferentes forças de segurança do país, assim como sobre as fontes de financiamento dessas atividades. Ele citou como exemplo o lançamento, na cidade do Rio, do grupo de elite armado da Guarda. O edital de seleção foi publicado, com inscrições abertas, por ora, apenas para membros efetivos da Guarda.
A criação do grupo foi viabilizada depois da aprovação, pela Câmara Municipal do Rio, da emenda à Lei Orgânica nº 42/2025, em 15 de abril, que autoriza o porte de armas de fogo pela Guarda Municipal. Além disso, nesta terça-feira (10), os vereadores aprovaram o projeto de lei complementar do executivo que regulamenta a medida e formaliza a criação da nova força de segurança.
‘Segurança pública não é um problema social’
Durante sua fala, Paes também afirmou que o Estado perdeu o “monopólio do uso da força” e que a segurança pública no Brasil já não pode mais ser tratada como um “problema social”.
Segundo ele, a violência deixou de estar restrita a áreas periféricas ou vulneráveis e se espalhou por outras regiões da cidade. Como exemplo, citou a operação policial realizada nesta terça-feira (10), no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, que impactou bairros como Brás de Pina e Parada de Lucas — que não são favelas.
Por fim, o prefeito Eduardo Paes afirmou que a PEC deve considerar as diferenças entre os municípios, especialmente em relação ao tamanho e à complexidade dos problemas de segurança. Defendeu que as guardas municipais tenham atribuições e recursos proporcionais à realidade de cada cidade, evitando que algumas tenham acesso a armamentos pesados.
Sobre a PEC da Segurança Pública
A PEC propõe a inclusão das guardas municipais e dos agentes de trânsito entre os órgãos de segurança pública reconhecidos pela Constituição. De acordo com o texto, os municípios poderão criar guardas ou polícias municipais com as seguintes atribuições: proteção de bens, serviços e instalações; execução de ações de segurança em seus territórios; e apoio aos demais órgãos de segurança pública.
Atualmente, o artigo 144 da Constituição reconhece como integrantes do sistema de segurança pública apenas os seguintes órgãos: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares, corpos de bombeiros militares e polícias penais (federal, estaduais e distrital).
Sobre a audiência
A audiência foi solicitada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), responsável por analisar a proposta quanto à sua legalidade, juridicidade e constitucionalidade. Caso seja aprovada nessa etapa, a PEC será examinada por uma comissão especial antes de seguir para votação em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados. O texto já foi aprovado no Senado em 27 de maio.
A reunião desta manhã conta com a presença do presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziulkoski, e do prefeito Eduardo Paes, que também preside a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP). À tarde, às 14h, a CCJ promove uma nova rodada de debates com a participação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).
Estrutura da proposta
A PEC tem como objetivo reconfigurar o sistema de segurança pública no Brasil, promovendo maior integração entre os entes federativos e os diversos órgãos do setor. A proposta está ancorada em três pilares:
- Constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), atualmente regido por uma lei ordinária (Lei nº 13.675/2018);
- Ampliação das competências de órgãos como a Polícia Federal (PF);
- Fortalecimento do papel da União no planejamento e na coordenação da segurança pública.
Além disso, a PEC autoriza os municípios, por meio de lei, a alterar a nomenclatura de suas guardas para: “polícia municipal”, “guarda civil”, “guarda civil municipal”, “guarda metropolitana” ou “guarda civil metropolitana”. O preenchimento dos cargos deverá ser feito exclusivamente por concurso público ou pela transformação dos cargos já existentes de carreira.
Eduardo Paes, em 14 (catorze) anos como prefeito, NUNCA PROMOVEU nenhum guarda municipal do Rio de Janeiro, descaso com a segurança pública municipal e com os servidores públicos.