No cafezinho que precedeu a cerimônia de abertura da 1ª Assembleia de Cidades e Municípios do Brics+, nesta terça-feira (27), em Maricá, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), perguntou ao colega anfitrião, Washington Quaquá (PT), porque o mandatário de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), não estava no evento.
Bem-humorado, Quaquá respondeu.
“Deve estar bravo, porque chamei Niterói de ‘caminho para a verdadeira Cidade Niemeyer’, que será Maricá, depois que construirmos os projetos do arquiteto aqui”.
Paes e Quaquá em oposição a Neves na questão dos royalties
Na última quinta-feira (22), Paes e Quaquá ficaram no lado oposto a Neves, ao defenderem, na reunião promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partilha dos royalties de petróleo com as cidades de São Gonçalo, Magé e Guapimirim.
O prefeito de Niterói — município que pode registrar uma perda de 15% no orçamento, se a partilha for confirmada — é radicalmente contrário à ideia.
E não ficou feliz com a performance dos dois coleguinhas.
Disputa pelo legado de Niemeyer
No último domingo, Maricá inaugurou a exposição com as maquetes das dez obras que comprou do escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto de Brasília e de tantas outras obras icônicas da arquitetura mundial.
Quaquá quer transformar Maricá na cidade com o maior número de obras do mais famoso arquiteto modernista brasileiro — depois de Brasília, claro.
Daí a rivalidade com Niterói, que tem o Caminho Niemeyer — um conjunto de equipamentos culturais que se estende por 11 km de extensão. O projeto foi iniciado na década de 1990, quando o então prefeito da cidade, Jorge Roberto Silveira, planejou a revitalização da orla a partir da zona central.
O Caminho Niemeyer inclui atualmente nove projetos finalizados, um em construção, duas esculturas, e sete propostas não executados.
O primeiro projeto foi o icônico Museu de Arte Contemporânea (MAC), inaugurado em 1996.