A terceira semana de discussões sobre o orçamento do Rio para 2025, expôs preocupações com cortes de verba em áreas importantes como o Desenvolvimento Urbano e Econômico. A secretaria, comandada por Thiago Dias, enfrentará um corte de 7,5% no orçamento para 2025. Dias argumentou que a redução está associada ao encerramento de ações específicas, como o Reviver Cultural.
“Nosso trabalho é mais estratégico e regulatório, e esse é um tipo de atuação que depende do conhecimento dos nossos servidores, mais do que de recursos volumosos”, argumentou Dias. “Isso não quer dizer que não sentimos os cortes. Cada real faz diferença no desenvolvimento da cidade”.
A vereadora Rosa Fernandes (PSD), presidente da Comissão de Orçamento, questionou os impactos dessa redução de recursos, especialmente em regiões críticas da cidade.
Fernandes respondeu que a revitalização de áreas como a Avenida Brasil é um ponto central no desenvolvimento econômico e exige planejamento e recursos adequados.
“Estamos falando de uma das principais vias da cidade, onde o investimento deveria ser contínuo para atrair empresas e gerar empregos. Qualquer redução de orçamento compromete essa recuperação”, afirmou a vereadora, cobrando um plano concreto da secretaria para lidar com os efeitos do corte.
Pedro Duarte (Novo), também se mostrou preocupado com a situação.
“Há uma meta de atrair novos investimentos para a região desde o acordo de resultados de 2022. O que vemos aqui é uma série de cortes que deixam esse objetivo cada vez mais distante”, argumentou.
Dias respondeu que a revitalização da via vai além de um trabalho de regulação, exigindo um esforço integrado. “O desenvolvimento econômico da Avenida Brasil precisa de segurança e infraestrutura, o que demanda o envolvimento de outras secretarias e investimentos mais robustos. Estamos aqui para fazer a nossa parte, mas reconhecemos que isso precisa de uma ação coordenada”, afirmou o secretário.
Encerrando a audiência, Duarte ainda trouxe à tona a iniciativa do ISS Neutro, questionando como a secretaria pretende sustentar a proposta de um Rio mais verde em meio a cortes orçamentários. Dias explicou que o programa, criado para incentivar empresas a adotar práticas sustentáveis em troca de compensações fiscais, é limitado a uma renúncia anual de R$ 60 milhões, um valor que considera adequado para estimular o mercado de carbono sem gerar desequilíbrios financeiros.
“Cada crédito de carbono gerado é descontado do ISS devido pelas empresas, mas dentro de um limite. É uma renúncia calculada, que permite um impacto positivo sem comprometer o orçamento. Sabemos que esse é um movimento inicial, mas é um passo importante para impulsionar a sustentabilidade no Rio”, afirmou.