Uma operação conjunta entre a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Polícia Civil resgatou, nesta segunda-feira (12), 22 paraguaios em situação análoga à escravidão e prendeu cinco brasileiros, numa fábrica clandestina de cigarros em Vigário Geral, Zona Norte do Rio. O local é ligado ao bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho.
O RJ1, da TV Globo, divulgou as informações. Segundo as investigações, as 26 pessoas encontradas noi local estariam em situação de trabalho análogo à escravidão. Entretanto, depois apurou-se que os brasileiros estariam ligados ao esquema de fabricação clandestina de cigarros. Eles são suspeitos de atuarem como gerentes e supervisores da fabricação ilegal.
Segundo a PF, a estrutura possuía alta capacidade de produção e era responsável pela distribuição dos cigarros em todo o Estado do Rio. Após os procedimentos de praxe, os presos e os estrangeiros resgatados foram encaminhados à Superintendência Regional da PF no Rio para a lavratura dos autos de prisão em flagrante e demais procedimentos.
Os materiais e equipamentos apreendidos durante a ação serão levados ao depósito da Receita Federal, onde serão acautelados e submetidos à perícia e demais formalidades.
Outras operações contra a máfia dos cigarros
No último dia 27, a PF fez a Operação Libertatis 2 com o objetivo de desmontar uma organização criminosa internacional, especializada no comércio ilegal de cigarros por meio do domínio de regiões e da imposição de violência e medo. O contraventor Adilsinho, foragido da Justiça por outros crimes, era um dos alvos.
A investigação, iniciada em fevereiro de 2023 em razão da descoberta três fábricas clandestinas de cigarros falsos, resgatou trabalhadores paraguaios em regime análogo à escravidão. O grupo criminoso falsificava cigarros, utilizava trabalho escravo e impunha violência para forçar comerciantes a adquirir e revender seus produtos.
A organização também possuía células de segurança, com envolvimento de policiais militares, bombeiros e um policial federal, além de um núcleo responsável pelo fornecimento de insumos e mão de obra escrava. Outra parcela do grupo coordenava o transporte da mercadoria, incluindo o policial rodoviário federal.
Os lucros obtidos com os crimes eram lavados e enviados irregularmente ao exterior. O modus operandi da organização é similar ao utilizado por grupos de exploração de jogos ilegais no Rio.