A turma da direita fluminense está para lá de assanhada com o crescimento do empresário influenciador de autoajuda Pablo Marçal (PRTB). O moço está incendiando a eleição de São Paulo com um estilo antipolítico, agressivas provocações aos adversários nos debates e entrevistas — e um gigantesco esquema de autopromoção digital.
Nesta quarta-feira (28), o ex-coach e o vereador Carlos Bolsonaro (PL), o filho Zero Dois de Jair, depois de acirradas trocas de “gentilezas” nas redes sociais, fizeram as pazes. E a bandeira branca libera os bolsonaristas que, de olho nas urnas eletrônicas, querem os seus segundos de fama ao lado do fenômeno. Dois candidatos a prefeito que propagandeiam o apoio de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União) planejam pegar a ponte aérea para, quem sabe, entrar na colossal rede de propagação de Marçal. Um deles certamente vai.
Mas quem já tem mandato assegurado também não quer ficar atrás na onda paulistana. Para se inscrever no trendy, os bolsonaristas se uniram nas críticas ao bloqueio das contas do prodígio.
“Se não pararmos de brigar — e assumo publicamente a minha participação nesse processo também — poderemos perder a grande oportunidade (…) de acabar com a ditadura implantada neste país por diversos canalhas. Vou unir-me com todos os conservadores que desejam derrotar Boulos em SP e Eduardo Paes no RJ”, postou nas redes sociais, nesta quarta-feira (28), o deputado estadual Márcio Gualberto, do PL.
O homenageado Marçal
Não é de hoje que os conservadores do Rio namoram Marçal. Em junho, a Câmara de Vereadores do Rio aprovou (com 20 votos favoráveis, oito contrários e duas abstenções) a concessão da Medalha Pedro Ernesto, a maior honraria da casa da Cinelândia. O visionário foi Eliseu Kessler, que está no MDB, e é representante da Assembleia de Deus de Madureira no parlamento carioca.
Na tarde dessa terça-feira, no plenário da Assembleia Legislativa, o deputado Thiago Gagliasso (PL) saiu em defesa de Marçal, com críticas ao bloqueio das redes do paulistano. E puxou a reação da sua turma.
“É preciso que os deputados se posicionem contra os abusos que vêm sendo cometidos. Sou contra qualquer tipo de censura, porque daqui a pouco eu não sei se terei minhas redes sociais para me candidatar em 2026”, sentenciou.