Enquanto bolsonaristas ocupavam a orla de Copacabana para pedir anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, movimentos sociais e líderes políticos de esquerda, promoviam, neste domingo (07), do 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas.
O ato, no Centro, foi marcado por pedidos de prisão de Bolsonaro e contra o projeto de lei que prevê anistia aos responsáveis pelos atos antidemocráticos. Também houve manifestações em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) destacou o momento histórico do país.
“Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente começam a ser punidos por participação em ataques contra a democracia. Esse é um marco fundamental para mostrar que ninguém está acima da lei”, disse Jandira.
Marina do MST, líder do PT na Assembleia Legislativa, fez críticas ao papel do agronegócio no cenário político nacional, ressaltando que o setor atua como força de desestabilização democrática e defendendo a reforma agrária como alternativa para combater a fome e garantir soberania alimentar.
“É muito importante que o Grito dos Excluídos faça a denúncia do agronegócio golpista no Brasil e defenda a bandeira da reforma agrária como forma de produzir alimentos e combater a fome, garantindo comida para todo o povo brasileiro”, afirmou a deputada, que pediu palmas em homenagem ao cineasta Silvio Tendler, cujo velório foi realizado na manhã deste domingo.

Na semana de julgamento de Bolsonaro, deputado lembrou os mortos e torturados pela ditadura
O deputado federal Henrique Vieira (PSOL) relembrou, na semana em que Bolsonaro vai ser julgado pelo STF, a memória da ditadura militar.
“Eu lembro agora daqueles e daquelas que lutaram, que tombaram, que foram torturados e torturadas na ditadura militar, que deram seu suor, seus corpos e seu sangue para nós resgatarmos a democracia nesse país. Por estas pessoas, por toda a luta histórica, estamos vivendo uma semana muito importante”, disse.
Já a deputada federal Benedita da Silva (PT) destacou a unidade da esquerda e ressaltou a necessidade de fortalecer a presença progressista no Congresso Nacional nas eleições de 2026.
“Nós estamos demonstrando que é importante termos aqui a unidade da esquerda, os movimentos sociais e também os democráticos independentes que defendem a soberania do Brasil. Temos que renovar esse Congresso marcado pelo fascismo, machismo, racismo e homofobia”, afirmou.
Também estiveram em discussão a preservação de empresas públicas, a regulamentação de setores econômicos e a solidariedade ao povo palestino.