Seis policiais militares do Batalhão de Choque do Rio são alvos de duas denúncias do Ministério Público do Rio (MPRJ) e vão responder por acusações dos crimes cometidos durante a operação nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 120 mortos no último dia 28 de outubro. Pelo menos cinco dos denunciados foram presos na última semana após apuração da Corregedoria.
Imagens de câmeras de segurança e das câmeras operacionais portáteis usadas pelos próprios agentes flagraram policiais furtando um fuzil e peças de um veículo no interior das comunidades durante a operação.
Fuzil furtado não foi listado entre armas apreendidas na ação
Um dos casos denunciados pelo MP aconteceu no Complexo do Alemão. O sargento Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira foi flagrado entrando em um imóvel onde 25 suspeitos se rendiam e saindo com um fuzil. Nas imagens da câmera, ele é visto se afastando dos colegas que contabilizam apreensões e escondendo a arma — um modelo AK-47 — em uma mochila com a ajuda de outro sargento, Charles William Gomes dos Santos. A arma não foi encontrada entre as mais de 100 apreendidas. Os dois vão responder por peculato.
Policiais militares foram vistos facilitando desmanche de veículo
Os outros policiais militares denunciados respondem pelo furto de peças de um veículo Fiat Toro na Vila Cruzeiro, na Penha. O sargento Eduardo de Oliveira Coutinho foi visto furtando a tampa do motor, o farol e as capas dos retrovisores do veículo.
O subtenente Marcelo Luiz do Amaral e outros dois policiais militares foram flagrados ajudando Coutinho a esconder o crime e teriam, inclusive, tentado impedir que as câmeras corporais dos agentes registrassem o crime.
Eles respondem a um processo administrativo disciplinar, além das ações na esfera judicial. Cinco desses denunciados foram presos pela Corregedoria da Polícia Militar na última sexta-feira (28), em uma ação que também cumpriu mandados de busca contra outros cinco agentes que não foram presos. A corporação apura denúncias de roubos de outras armas, que podem já ter sido vendidas a criminosos, segundo investigações.

