Em 30 de dezembro, último dia de expediente bancário de 2024, e véspera do fim do mandato da prefeita Magdala Furtado (PV), a Prefeitura de Cabo Frio pagou um boleto de R$ 4 milhões, referentes à compra de insumos e equipamentos de saúde — entre eles, nada menos que 2.300 medidores de pressão arterial.
O mistério, na cidade, é saber onde foram parar. Até agora, nenhuma unidade de saúde viu o material, ou mediu a pressão arterial de qualquer paciente, com o equipamento pago pela administração municipal.
Calamidade financeira
Ao assumir o comando da maior cidade da Região dos Lagos, o atual prefeito, Dr. Serginho (PL), encontrou apenas R$ 2 milhões nos cofres. Mesmo somando mais R$ 10 milhões do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), não tinha o suficiente para pagar os salários dos servidores.
Só a folha de dezembro dos servidores da ativa e dos aposentados é de R$ 64 milhões.
No último dia 6, Serginho decretou estado de calamidade financeira no município. A medida é válida pelos próximos 180 dias. A decisão foi tomada depois que a atual gestão constatou a existência de dívidas que podem ultrapassar R$ 1,4 bilhão, além de sérias irregularidades nas contas públicas.
O prefeito informou que todos os dados foram remetidos ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).