Após a constatação, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, do uso indevido do sistema Córtex no Rio de Janeiro, o órgão vai suspender temporariamente o acesso à plataforma. O programa compila milhares de informações de 180 bancos de dados e permite o acompanhamento de pessoas e até de veículos em tempo real. A finalidade do Córtex é monitorar alvos da justiça.
O estado tem duas chaves de acesso fornecidas para a utilização do “Córtex”. Uma delas é vinculada à Polícia Militar e a outra à Operação Segurança Presente, de responsabilidade da Secretaria de Estado do Governo do Rio de Janeiro (Segov).
Vários policiais militares tiveram seus perfis bloqueados na plataforma por uso indevido em 2025. Com o alto número de consultas, a auditoria do Ministério da Justiça constatou “possível uso robotizado”, além de consultas indevidas por Pessoas Expostas Politicamente, algo que é proibido para os usuários da plataforma.
A maior parte das buscas suspeitas foi feita com a utilização da chave de acesso que pertence à Segov. Ao todo, foram mais de 213 milhões de consultas em um período de oito meses, o que representa uma média de mais de 900 mil pesquisas por dia.
Ministério da Justiça diz que ‘intervenção visa fortalecer os níveis de segurança’
O Ministério da Justiça informou que a suspensão do sistema “Córtex” já estava prevista antes da constatação das falhas na utilização pelas contas vinculadas a órgãos do Rio de Janeiro e não tem vínculo com casos específicos.
“A intervenção visa fortalecer os níveis de segurança da informação, garantir rastreabilidade e aprimorar os mecanismos de governança. O procedimento incluirá, ainda, o processo de recadastramento de órgãos parceiros e usuários”, informou o ministério.
A Polícia Militar disse verificou que não houve qualquer uso indevido do sistema por parte da corporação. A Segov não se manifestou sobre o assunto,
Com informações do RJ2.

