O pastor Deangeles Percy, responsável pelo Grupo evangélico Arimateia e um dos mais influentes líderes da Igreja Universal do Reino de Deus no Rio, assinou, no início da tarde de quarta-feira (3), a ficha do PL. Há testemunhas — e fotos! Mas, 24 horas depois, o moço já estava filiado ao arquirrival PSD.
Não à toa estamos naquela que os políticos chamam de “a semana da traição”: a última, segundo o calendário eleitoral, na qual é permitida a troca de partidos.
A ala política da Universal vinha negociando a filiação de Deangeles com o prefeito Eduardo Paes (PSD). Pelas contas dos entendidos, o Republicanos só deve eleger dois — no máximo três — vereadores. E eles têm Tânia Bastos, Inaldo Silva e… Garotinho. Lançar o estreante Deangeles nestas condições, seria mandar o pastor para a forca.
O PSD, porém, ficou tentando trocar o moço por Tânia — com cota de mulheres a cumprir, candidata com voto vale ouro. Enrolou tanto, que Deangeles foi bater às portas do PL. E lá foi recebido com incenso, ouro e mirra.
Quando a turma de Paes viu que tinha perdido não só um candidato com a estimativa de 20 mil votos, mas também o apoio da Igreja Universal, teve que correr atrás do prejuízo. Precisou oferecer bem mais do que a legenda.
Deangeles vai substituir, nos planos eleitorais da Iurd, o também pastor João Mendes de Jesus — que não vai se candidatar este ano. Então, além de estrutura partidária (leia-se, recursos), Paes teve que prometer um lugar quentinho no governo para o futuro desempregado João Mendes.
Na política, como no mundo dos negócios, a indecisão às vezes sai caro.
a turma do “sai capeta” quer é dinheiro. mesmo que tenha de se aliar ao próprio cramunhão.