500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fazem uma manifestação na Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, nesta segunda-feira (7). Entre as demandas dos manifestantes, está a conclusão do processo de adjudicação de terras em tramitação no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os Sem Terra do Acampamento 15 de Abril vivem há um ano às margens da BR-101.
As terras em disputa são arrendadas pela Cooperativa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), comandada pelo vice-prefeito de Campos, Frederico Paes (MDB). Segundo o MST, o grupo que produz açúcar e etanol através da Usina Sapucaia, acumula uma dívida de mais de R$ 208 milhões, incluindo débitos previdenciários, multas trabalhistas e FGTS, figurando na Lista de Devedores do Governo Federal.
Através da adjudicação, o governo destina à União fazendas de devedores de impostos e créditos não pagos. Segundo o Incra, há o interesse na aquisição das propriedades denominadas Fazenda Santa Luzia e Fazenda Tabatinga há pelo menos uma década. A área iria a leilão judicial, mas o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) se comprometeu a adquiri-la e destiná-la ao Programa Nacional de Reforma Agrária.
“É urgente que o governo passe estas terras improdutivas e endividadas para as famílias que vão produzir alimentos para a mesa dos brasileiros. Estamos denunciando essa lentidão em avançar na reforma agrária. Ainda temos 100 mil famílias acampadas em todo o Brasil. A reforma agrária é nossa alternativa para combater a fome, a alta dos preços e a crise ambiental”, afirma Eró Silva, Dirigente Nacional do MST.