O presidente da Riotur, Bernardo Fellows, entrou em contato com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David, para informar que o nome do segundo recuo da bateria, na Marquês de Sapucaí, é Espaço Candonga — e que isso foi estabelecido por lei e não pode ser modificado.
A Liesa instalou duas placas no local, batizando o recuo de Espaço Monarco — um dos maiores compositores das escolas de samba, ex-presidente de honra e ex-líder da espetacular Velha Guarda da Portela, morto em 2021. O novo nome surgiu nos ensaios técnicos do último fim de semana.
Mas, como a nova homenagem não pode desbancar a lei, as placas serão retiradas.
“Assim que percebi a homenagem ao grande Monarco, ontem, entrei em contato com a Liesa e informei sobre a lei 6.514, de 28 de março de 2019, que concede o nome do inestimável Candonga ao segundo recuo da bateria. Na mesma hora recebi a promessa do presidente Gabriel David de que o equívoco seria corrigido”, explicou Fellows.
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Quem foi Candonga, o homenageado por força de lei
José Geraldo de Jesus, o mestre Candonga, era funcionário da Riotur. Era o guardião oficial das chaves da cidade, que a cada carnaval são entregues ao Rei Momo. Candonga também é considerado o inventor do recuo da bateria. Costumava abrir caminho na passarela para as escolas e também orientava a formação das baterias no recuo entre os setores 9 e 11. Quando os ritmistas entravam e paravam por alguns minutos no local, Candonga distribuía água para os músicos.
Todos os carnavais, ele estacionava nos fundos do recuo a sua Caravan de cor laranja, modelo 1980, carregada com litros de água e de Cravo Escarlate — uma beberagem feita com 16 ervas (receita do avô do homem), que, segundo Candonga, tinha poderes afrodisíacos e encantou famosos, artistas e políticos, inclusive Dilma Rousseff e, claro, o presidente Lula.
Até hoje a Caravan é o único veículo autorizado pela Prefeitura do Rio a estacionar dentro da Sapucaí. E a família de Candonga, morto em 1997, ainda cuida das chaves da cidade até o carnaval chegar.
Acho que as pessoas para administrarem qualquer entidade tem de conhecer o que está Administrando! Essa foi o mico do ano!!