Sábado à noite, juntar os amigos e ir a um bar soltar a voz no karaokê. Parece uma programação ao melhor estilo anos 90, mas essa moda está de volta no Rio de Janeiro ganhando a atenção dos jovens, despertando a nostalgia nos mais adultos, fazendo surgir novos espaços e aumentando o movimento daqueles já consolidados.
Esses lugares recebem desde clientes casuais até confraternizações de empresas e aniversários. Ninguém resiste à uma oportunidade soltar a voz. A nova onda do karaokê não fica restrita à capital. Estabelecimentos em toda a região metropolitana estão bebendo nessa fonte. Um dos espaços mais populares é o Big Ben Pub, em Botafogo, Zona Sul da capital.
“O Big Ben tem 32 anos e há 26 um amigo sugeriu colocar um dia de karaokê, relutei, mas ele disse que seria diferente, com banda em vez de máquina. Hoje, estamos conhecidos nacional e internacionalmente e é uma mágica. As pessoas cantam e seus males espantam”, divertiu-se Maurício Ricardo, proprietário do espaço.
Em relação à nova moda, Ricardo explicou que tem recebido clientes desde “jovens de 90 anos a velhos de 18”. Além disso, novos estabelecimentos vão ao Big Ben para se inspirar. Por isso, o proprietário explicou que está estudando transformar o pub em uma franquia.
“Já vieram aqui tirar foto e copiar. Fizeram até uma proposta de emprego para mim. Tentam pegar funcionários, bandas. Mas o lado bom é que fomenta o pessoal cantando mais. Já coloquei até o superintendente da Coca-Cola da América Latina cantando com a gente. Estou pensando em abrir franquia porque há pessoas de outros estados interessadas e a moda está muito grande”, complementou.
Em Niterói, na Região Metropolitana, o Villa Niterói, em Icaraí, trocou há alguns anos a música ao vivo pelo karaokê. O proprietário do espaço, Almir Rogério, afirmou que a decisão foi extremamente acertada. Após o fim das medidas restritivas da pandemia da covid-19, o movimento cresceu de forma exponencial.
“Trabalhei com musica ao vivo por um bom tempo, até que vi que não estava mais sendo lucrativo. Fiz um teste com karaokê, deu muito certo e estamos com um movimento sólido. Antigamente quase não tinha bares assim e agora tem em todos os lugares. Estamos há uns sete anos com karaokê. Da pandemia para cá aumentou bastante, não só no karaokê, como outros setores. No nosso segundo piso também temos salão de jogos”, explicou.
Além desses, há opções de karaokê para todos os gostos e localidades. Na Rua Barão de Iguatemi, na Praça da Bandeira, há o recém inaugurado Restaurante Sofia, da chef Kátia Barbosa, que tem todas as quintas-feiras o “Katitokê”. A Feira de São Cristóvão também é um tradicional point de karaokê, com espaços como o Duetto’s Bar e o Barokê. Já na Avenida Men de Sá, na Lapa, há o Karaokê Show Bar. E na Rua General Espírito Santo, na Tijuca, tem o tradicional Bar da Marlene, também conhecido como Nevada.
Quem experimenta, gosta
Pessoas que conhecem o karaokê, geralmente não querem comemorar aniversários ou fazer confraternizações de outra forma. Este é o caso do administrador Gabriel Magalhães, de 30 anos. Em maio, ele comemorou seu trigésimo aniversário no bar Pier 31, que tem karaokê como um de seus principais atrativos em Niterói.
“Em uma comemoração normal, a mesa fica gigantesca, você não consegue interagir com as pessoas direito. Então o karaokê facilita isso, porque você consegue, por mais que não esteja na mesma mesa que o seu convidado, puxar ele para o palco, escolher uma música com ele e interagir. O karaokê traz muito isso. Foi o segundo aniversário que comemorei assim”, explicou.
Gabriel acredita que o surgimento de novos karaokês e a volta desses espaços à moda ajuda a aumentar a interação entre as pessoas. Além disso, há o apelo da nostalgia, com a possibilidade de cantar músicas que marcaram a infância e a juventude. Outro aspecto destacado pelo administrador é a variedade oferecida por esses bares, já que muitos não ficam restritos ao karaokê, tendo também jogos, fliperama, entre outras atrações.
“Essa interação que você consegue ter com outras pessoas, com seus convidados e com pessoas aleatórias que estão ali. O karaokê agrega bastante, deixa um ambiente mais interativo. O que eu também acho interessante é que muitos karaokês também agregam outros tipos de atividade. Já comemorei dois aniversários em karaokê e também organizei a confraternização da empresa em que trabalho em um”, concluiu Gabriel.