O governo estadual e a Prefeitura do Rio avançaram no entendimento em torno do Jaé. As secretarias estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) e municipal de Transportes do Rio (SMTR) assinaram, nesta sexta-feira (18), uma colaboração técnica para garantir o pleno funcionamento do Bilhete Único Intermunicipal (BUI) e da Tarifa Social, durante a implementação do novo sistema de bilhetagem adotado pela Prefeitura do Rio.
O convênio formaliza o compromisso da integração entre os sistemas municipais e estaduais de transporte, assegurando o direito de o passageiro usufruir do desconto concedido pelo governo do estado. O Bilhete Único Intermunicipal é uma política pública que permite ao passageiro pagar apenas R$ 8,55 ao utilizar dois transportes, sendo um intermunicipal.
Além de assegurar efetividade à política pública do BUI, em vigor desde 2010, a cooperação prevê o compartilhamento de dados, transparência nos fluxos financeiros e mecanismos técnicos para permitir a integração tarifária entre os dois sistemas, respeitando a modicidade tarifária e o direito à mobilidade. A partir de 2 de agosto, apenas o Jaé será aceito nos modais municipais.
A Secretaria estadual de Transporte vai licitar um novo e amplo sistema de bilhetagem eletrônica, que vai integrar trens, metrô, barcas e ônibus. O modelo proposto aguarda análise e validação na Justiça. Desse modo, o governo estadual afirmou que reafirma seu compromisso com uma política de mobilidade urbana integrada, transparente e orientada à qualidade do serviço prestado à população fluminense.
Balanço do Jaé
O vice-prefeito Eduardo Cavaliere (PSD) voltou a elevar o tom contra as empresas de ônibus do Rio durante a coletiva em que apresentou o balanço da operação do cartão Jaé, na manhã desta sexta.
Segundo ele, o novo sistema de bilhetagem da prefeitura movimentou R$ 37,7 milhões em recargas nos últimos 30 dias e, prestes a se tornar o único aceito nos transportes municipais a partir de 2 de agosto, “agora é que a briga vai começar de verdade”.
A declaração foi um recado direto às empresas de ônibus que operam na cidade. Nesta etapa final da transição, os valores arrecadados com as passagens estão sendo gradualmente destinados ao sistema do Jaé, em vez do antigo RioCard. Para Cavaliere, a mudança deve incomodar a “máfia”.
Ao todo, 511.819 contas fizeram recargas no último mês no cartão Jaé. O valor arrecadado corresponde a 20% da meta de arrecadação estimada em R$ 180 milhões.