Mais uma indicação legislativa para a criação de um colégio militar aflorou o debate entre deputados de esquerda e de direita na Assembleia Legislativa (Alerj), na tarde desta terça-feira (15). Desta vez, a proposta do deputado Brazão (União) solicitava ao governador Cláudio Castro (PL) a criação de uma unidade do Colégio da Polícia Militar em Duque de Caxias, na Baixada.
Após mais de 30 minutos de discussão, o presidente da casa, Rodrigo Bacellar (União), já estava impaciente e pedia aos deputados que fossem breves em suas declarações de voto — e para concluírem, sempre que se alongavam. Apesar disso, parlamentares insistiam em discursos que já tinham sido feitas em outras dezenas de indicações semelhantes, debatidas em sessões anteriores.
Quando a sessão completou cerca de 40 minutos discutindo o tema, o deputado Luiz Paulo (PSD), um dos mais antigos da casa, fez um apelo à comissão responsável. Para o veterano, o tema sequer deveria ser levado a plenário, devendo ser convertido em indicação simples.
“Estamos há uns 40 minutos ouvindo discursos extremos. O cidadão que está vendo é capaz de estar dizendo: ‘todos falam, mas ninguém tem razão’. A culpa é da comissão. Isto não é uma indicação legislativa, é uma indicação simples. Se o deputado quer algum tipo de escola, que faça um ofício e encaminhe diretamente ao governador”, afirmou.
Antes disso, dezenas de parlamentares se manifestaram. De um lado, bancadas como a do PL, por exemplo, defenderam a ampliação de escolas do tipo. Já deputados de partidos de esquerda, como PT, PSB, PSOL e PCdoB, destacaram o voto contrário à medida. A indicação acabou aprovada, mas, na prática, não terá efeito algum pois é de competência exclusiva do poder executivo, no caso o governo estadual.