Após as festas de fim de ano, chega a hora dos pais aproveitarem as férias das crianças, para se prepararem para o novo ano letivo. No entanto, ir às compras do material escolar pode pesar no orçamento das famílias. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Locomotiva e QuestionPro, publicada pela Agência Brasil.
O levantamento estima que as famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, o que representou um aumento de 43,7% ao longo dos últimos quatro anos. Os números ainda mostram que essas compras impactam o orçamento de 85% das famílias brasileiras com filhos em idade escolar e que um a cada três compradores pretende parcelar para poder dar conta das despesas para o ano letivo de 2025.
É o caso de Alessandra Barbosa, moradora de Nova Iguaçu e mãe da Brenda, de 11 anos, que em 2025 ingressará no sexto ano do ensino fundamental. A dona de casa prefere já começar a primeira semana de janeiro pesquisando os preços, e assim, aproveitar a variedade de produtos.
Ela faz questão de não reutilizar nada do ano anterior — “ano novo, vida nova”, diz —, além de negociar descontos no pagamento à vista. No entanto, somente se o desconto oferecido for maior do que 5%. Menos do que isso, a saída para a mãe é parcelar em até três vezes.
“Todo ano, quando chega essa época, os itens aumentam muito. Borracha, lápis, lápis de cor principalmente. E fico atenta para a qualidade, para não precisar comprar material escolar duas vezes por ano” conta Alessandra.
De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os aumentos dos custos com material se dá principalmente por conta de fatores como inflação anual e elevação nos custos de produção, além dos preços de frete marítimo, no caso dos importados, e alta do dólar. Em 2025, a entidade estima um aumento entre 5% e 9%.
Para Alessandra, a saída é pesquisar em várias lojas e comparar até achar o melhor preço.
“Você encontra às vezes até mais de 50% de desconto de uma loja para outra. Ou seja, você tem que ‘bater perna’ mesmo para comprar material de escola” aconselha a mãe.
Outros números da pesquisa
A estimativa do Instituto Locomotiva e QuestionPro é que a maior parte dos gastos se concentre na classe B, R$ 20,3 bilhões; e na classe C, R$ 17,3 bilhões. Juntas, elas são responsáveis por 76% dos gastos nacionais. A Região Sudeste concentra a maior porcentagem dos gastos, 46%, seguida pelo Nordeste, 28%. O menor percentual está na Região Norte, 5%.
O impacto é maior para as famílias de classe C, em que 95% disseram que os materiais impactam o orçamento familiar. Entre todos os entrevistados, 38% disseram que têm muito impacto no orçamento e 47%, que têm algum impacto. Apenas para 15% as compras de volta às aulas não têm impacto.
Além disso, 35% disseram que irão recorrer ao parcelamento nas compras para o ano letivo de 2025. Entre as famílias da classe C, essa porcentagem sobe para 39%. A maioria, no entanto, 65%, pretende pagar à vista. Entre as classes A e B, essa porcentagem é ainda maior, 71%.