Após acusar o governador Cláudio Castro (PL) e o deputado Rodrigo Bacellar (União) de comandarem duas organizações criminosas na política do Rio, o ex-governador Anthony Garotinho (Rep) solicitou reforço em sua segurança particular. O pedido foi feito durante depoimento à CPI do Crime Organizado no Senado Federal, nesta terça-feira (16).
Em suas declarações, Garotinho foi enfático ao afirmar que, atualmente, o crime está entranhado em todos os poderes do estado: Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, segundo ele, essas organizações criminosas teriam sido formadas por Castro e Bacellar, tanto no governo estadual quanto na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
“Tem que escolher qual lugar que não tem corrupção. Eu até faço uma brincadeira, que eu dou uma barra de ouro para quem me apontar um órgão do Estado do Rio que não tem corrupção”, afirmou.
Garotinho afirmou: ‘Se puderem pedir para reforçar, eu agradeço’
Ao final, Garotinho, que também foi secretário de Segurança, pediu aos senadores que encaminhassem um ofício a Castro solicitando reforço em sua segurança, devido às acusações que fez e aos nomes que citou durante o depoimento. O pedido foi aceito pelo presidente e pelo relator da CPI, respectivamente Fabiano Contarato (PT-ES) e Alessandro Vieira (MDB-SE).
“Eu já disponho de segurança concedida pelo Ministério Público do Estado (MPRJ), mas eu gostaria de pedir um reforço. Se puderem encaminhar um ofício ao governador do estado. Eu ando acompanhado de policiais do Bope e do Batalhão de Choque (BPChq). Se puderem pedir para reforçar, eu agradeço”, finalizou o ex-governador.
As declarações de Garotinho vêm em um momento delicado da política fluminense. Bacellar, atualmente em liberdade sob medidas cautelares, foi afastado da presidência da Alerj pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após desdobramentos de uma operação da Polícia Federal (PF) contra o crime organizado. Entre os nomes envolvidos está o ex-deputado TH Joias, preso em setembro.
Sobre a CPI do Crime Organizado
Com 11 titulares e sete suplentes, a CPI do Crime Organizado foi instalada em 4 de novembro com o objetivo de apurar a atuação, a expansão e o funcionamento de organizações criminosas em todo o território brasileiro. Entre os focos das investigações estão o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O convite a Garotinho foi feito pelo senador Vieira, que afirmou que o ex-governador “detém conhecimento qualificado sobre a dinâmica de atuação do crime organizado e suas possíveis conexões com agentes públicos”. Bacellar também será convocado a prestar depoimento à CPI.

