ATUALIZAÇÃO, às 19h, com nota do Observatório Internacional da Juventude.
O clima entre o povo do PSD e do PT não anda exatamente na categoria de “extrema leveza” no município do Rio. Depois que dois vereadores petistas (Maíra do MST e Leonel de Esquerda) apoiaram uma manobra da oposição e conseguiram tirar de pauta o projeto que regulamenta o armamento da Guarda Municipal, os governistas começaram a olhar torto para os coleguinhas. Afinal, o PT tem três importantes secretarias na Prefeitura do Rio — mas quem fica com a digital em medidas impopulares é o PSD.
Vai daí que, surpreendentemente, o vereador Salvino Oliveira (PSD), um dos soldados do prefeito Eduardo Paes (PSD) na Câmara do Rio, fez um requerimento de informações à Secretaria municipal de Meio Ambiente e Clima pedindo dados sobre um convênio.
Nada demais, não fosse a pasta comandada por Tainá de Paula, do PT. E o convênio em questão, no valor de quase R$ 1,5 milhão, ter sido assinado com a organização social Observatório Internacional da Juventude, presidida por Daniel Calarco de Oliveira — ativista de 26 anos, oriundo da Vila Vintém, com passagens por cargos comissionados tanto na prefeitura quanto no governo do estado, que foi recentemente condecorado com uma Medalha Tiradentes pelo ex-deputado e hoje prefeito de Paracambi, Andrezinho Ceciliano, filho do todo-poderoso André Ceciliano. Uma linhagem petista.
O convênio é para a “realização do Programa Jovens Negociadores pelo Clima, que visa à capacitação, sob as premissas da Educação Ambiental, de jovens cariocas moradores de favelas e periferias, bem como sua participação em eventos nacionais e internacionais sobre mudanças climáticas”. Salvino pede, entre outras coisas, cópias do processo — e o relatório sobre os serviços prestados.
Requerimento foi protocolado um dia depois da ‘traição’ do PT ao governo Paes
Detalhe: Salvino protocolou o requerimento um dia depois da manobra oposicionista ter tirado o projeto da Guarda Municipal da pauta com a ajuda do PT.
Justamente quando já estouravam reações indignadas contra a “traição” dos aliados, inclusive do presidente do PSD, Pedro Paulo.
O que diz o Observatório Internacional da Juventude
O Observatório Internacional da Juventude (OIJ) enviou nota para esclarecer que “Daniel Calarco não é, nem nunca foi, filiado a qualquer partido político”. Eis a íntegra da nota
“A trajetória do presidente do OIJ é reconhecida internacionalmente pela defesa da democracia, da justiça social e da sustentabilidade. Como servidor comissionado, atuou como gerente na Secretaria Municipal de Assistência Social, sob a liderança do prefeito Eduardo Paes (PSD) e da secretária Laura Carneiro (PSD) em 2021. Sua atuação, no entanto, sempre foi e segue sendo pautada pela ética, independência e compromisso com o interesse público.
O Observatório Internacional da Juventude (OIJ) esclarece que é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, fundada em 2015, com a missão de promover os direitos das juventudes e fortalecer políticas públicas inclusivas, com foco especial nas juventudes das favelas, periferias e territórios invisibilizados.
Desde sua criação, o OIJ tem atuado de forma transparente, técnica e colaborativa com diversas instituições públicas e privadas, incluindo o Conselho Nacional de Juventude e as Secretarias Municipais da Juventude, da Mulher, da Integração Metropolitana e a de Esportes e Lazer da Cidade do Rio de Janeiro — independentemente de orientação partidária ou ideológica – tendo já impactado mais de dez milhões de jovens.
O reconhecimento da excelência do OIJ vai além das fronteiras nacionais. A organização conta com o apoio de instituições como o Consulado da Alemanha, o Consulado dos Estados Unidos e a Unesco, atendendo aos critérios mais elevados de integridade, impacto e governança.
Um dos programas do OIJ, mencionado na matéria, o Jovens Negociadores pelo Clima, é hoje uma referência nacional em formação política e climática de jovens. Uma de suas alunas foi recentemente apontada como a Youth Climate Champion da COP30, evidência do impacto concreto da nossa metodologia e compromisso com a liderança jovem no Brasil.
Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, o diálogo construtivo e a ética na política, pilares que norteiam todas as ações do OIJ. Seguiremos contribuindo para o fortalecimento das políticas de juventude com responsabilidade, respeito e visão de futuro”.

Que fique bem claro que o projeto que o Eduardo Paes tenta aprovar na câmara de vereadores do Rio de Janeiro não é sobre o armamento da guarda, e sim sobre contratar a um custo de 600 milhões de reais pessoas sem concurso e que estão fora da guarda municipal. Fazendo uma espécie de milícia da cidade.