O deputado Felipinho Ravis (SDD) foi escolhido relator do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio que pode resultar na cassação do mandato de Lucinha (PSD). A deputada é investigada pela Polícia Federal e Ministério Público por suspeita de ligações com a milícia de Zinho, na Zona Oeste.
A votação ocorreu na manhã desta quarta-feira (03), numa reunião restrita apenas entre os integrantes do colegiado e o procurador da Casa. Os parlamentares têm 120 dias para a investigação e análise do processo ético-disciplinar, cujo prazo começou a contar em 26 de março, quando a procuradoria enviou o processo ao presidente do grupo.
Presidido pelo deputado Júlio Rocha (Agir), o Conselho é composto pelos deputados Martha Rocha (PDT), Jorge Felippe Neto (Avante), Felipinho Ravis (Solidariedade), Dani Monteiro (PSOL), Renato Miranda (PL), Cláudio Caiado (PSD). Dionísio Lins (PP) e Andrezinho Ceciliano (PT) são suplentes.
Depois do período de análise, a decisão dos sete membros do colegiado será publicada através de um projeto de Resolução e o plenário vota no relatório. Se a opção for pela cassação, o afastamento só ocorre com aprovação de maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, 36 dos 70.
O início efetivo do processo ocorre dois meses depois de o plenário decidir que Lucinha voltaria ao mandato, mas responderia a uma investigação na Casa. Ela ficou dois meses afastada por determinação da Justiça, depois de ter sido alvo de operação da Polícia Federal no dia 18 de dezembro, por suspeita de envolvimento com a maior milícia da Zona Oeste.
De acordo com o MP, Lucinha é suspeita de interferir na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante; tentativa de mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho; vazamento de informações sobre operações policiais para captura de milicianos; suspeita de atuação política para favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.