Itaguaí, a cidade onde pau que dá em Chico também dá em Francisco. Lá, o prefeito Doutor Rubão (Podemos) é acusado de estar em seu terceiro mandato no comando do município. A treta se desenrola desde a campanha eleitoral, no ano passado, quando os adversários tentaram impedir a reeleição. Mas, agora, ele não é o único cacique da cidade a carregar esse fantasma.
Em ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF), o partido PRD afirma que Haroldinho Jesus (PDT), presidente da Câmara de Vereadores, está chefiando o legislativo também pela terceira vez consecutiva, o que seria inconstitucional. Haroldinho, que assumiu a prefeitura nos momentos em que Rubão esteve afastado, é o maior interessado no processo contra o prefeito de Itaguaí — e o principal pré-candidato a sucedê-lo no comando da cidade.
“A violação e lesão a preceito fundamental que se busca demonstrar com a presente ação reside no fato de os vereadores da Câmara Municipal de Itaguaí terem reeleito Haroldo Rodrigues Jesus Neto pela 3ª vez consecutiva ao mesmo cargo da mesa diretora, qual seja, de presidente, sendo certo que o referido parlamentar exercera a mesma função nos biênios de 2021-2022 e 2023-2024, não lhe sendo permitida a recondução por mais um biênio, como ocorrido.”, diz o PRD na ação.
Dessa forma, o partido pede que o STF anule a eleição para a mesa diretora da Câmara de Itaguaí, realizada em janeiro deste ano.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada pelo PRD terá como reatora a ministra Cármen Lúcia. O partido, em 2024, tentou lançar candidatura própria à prefeitura, com o ex-vereador Gil Torres, que acabou barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Recentemente, o político reverteu a inelegibilidade.
Presidente da Câmara de Itaguaí é opositor ferrenho de Rubão
Haroldinho é um dos maiores opositores de Rubão e defensor ferrenho da cassação definitiva do alcaide por conta do “terceiro mandato”.
Entre janeiro e junho, ocupou interinamente a prefeitura por conta do indeferimento do registro de Rubão, mas voltou ao legislativo após o ministro do STF, Dias Toffoli, liberar a diplomação do mandatário, em decisão liminar.
Rubão ainda tenta validar sua reeleição, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O julgamento, que se arrasta há meses, estava marcado para o último dia 5, mas foi retirado de última hora da pauta.
Com um novo pedido de vista, agora do próprio Toffoli, o processo foi novamente adiado, e Rubão continua no comando da Prefeitura de Itaguaí.
O ministro pediu vista para analisar melhor o caso devido a uma análise prevista no STF sobre o tema, marcada para o dia 27 de agosto, que, segundo ele, pode influenciar o julgamento.
