Dois ex-secretários de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, estão entre os quatro presos durante a “Operação Errata”, realizada pela Polícia Federal nesta terça-feira (11). A operação investiga um esquema de corrupção envolvendo a rede municipal de ensino da cidade, com desvio de mais de R$ 100 milhões, de acordo com as investigações. O portal g1 divulgou as informações inicialmente.
Os quatro presos preventivamente são: Denis de Souza Macedo, ex-secretário de Educação de Belford Roxo; Dulcileia Angelica Freitas Domingos, subprocuradora-geral de Belford Roxo; Kezia Macedo dos Santos Aleixo, ex-secretária de Educação de Itatiaia; e Marcos Domingos Luiz, ex-secretário de Indústria e Comércio de Belford Roxo.
Possível ligação com milicianos
Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Federal apreendeu um fuzil, uma pistola e um revólver na residência de Marcos Domingos Luiz. Segundo a TV Globo, ele possui ligações com milicianos e controla o transporte alternativo de vans na região.
Denis de Souza Macedo já havia sido preso pela Polícia Federal em julho do ano passado, durante uma operação que investigava fraudes na merenda escolar. Ele e outras 20 pessoas foram denunciados por desviar mais de R$ 6,14 milhões do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Fraude na aquisição de livros didáticos
A fraude na educação pública de Belford Roxo, que se arrasta desde 2017, envolvia o desvio de recursos do Fundo Nacional de Educação (Fundeb) e contratações fraudulentas para o fornecimento de livros didáticos às escolas municipais.
Embora o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do Ministério da Educação oferecesse a possibilidade de aquisição gratuita dos livros escolares, o esquema utilizava apenas duas empresas, sem licitação, e com preços superfaturados.
PF cumpre 42 mandados de busca e apreensão
Além disso, os criminosos falsificavam documentos e pagavam propinas a agentes públicos, que facilitavam a execução do esquema, permitindo que os recursos destinados à educação fossem desviados para os bolsos de empresários e servidores corruptos.
Para ocultar a origem do dinheiro desviado, a quadrilha utilizava técnicas de lavagem de dinheiro, o que dificultava o rastreamento dos valores.
Além das prisões, a “Operação Errata” também cumpre 42 mandados de busca e apreensão em diversas localidades: Rio (14), Nova Iguaçu (11), Belford Roxo (7), Fortaleza/CE (4), Maricá (2), Armação dos Búzios (1), Mesquita (1), Recife/PE (1) e Paulista/PE (1).