A Polícia Civil deflagrou, nesta segunda-feira (24), a primeira fase da “Operação Contenção”, com o objetivo de conter o avanço do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio. O principal alvo, um ex-policial militar, identificado como Ronny Pessanha de Oliveira, foi capturado na Muzema.
A ação, que contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal, teve como principal objetivo desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa, além de prender traficantes que atuam na região.
A “Operação Contenção” será contínua, integrando todos os departamentos da Polícia Civil para enfrentar permanente o crime organizado. Esta é apenas a primeira fase, e novas ações estratégicas serão realizadas de forma sistemática para impedir a expansão da facção e garantir maior segurança à população da Zona Oeste.
A ação é realizada em diversos pontos estratégicos da região, com incursões em comunidades como Muzema, Tijuquinha, Morro do Banco e Sítio do Pai João, entre outras localidades. A Polícia Civil busca atingir diretamente os principais responsáveis pelo comando das atividades criminosas na região, interrompendo o fluxo de dinheiro, drogas e armas que sustentam a facção.
Entre as frentes integradas da operação, destaca-se a atuação da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), com o apoio das delegacias distritais vinculadas ao Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), bem como das unidades especializadas do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).
Juntas, as unidades cumprem 22 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, com foco na desarticulação de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas com base nas comunidades da Muzema, Itanhangá, Rio das Pedras, além de atuação na Cruzada São Sebastião e Vidigal, na Zona Sul.
Quem é o ex-PM suspeito de ligação com o Comando Vermelho
O principal alvo da investigação é o ex-policial militar, conhecido como “Caveira”, apontado como peça-chave na logística e no treinamento armado de criminosos, com atuação direta em aliança com lideranças do Complexo da Penha. Ele também é investigado por lavagem de dinheiro, realizada em conjunto por meio de uma empresa de vigilância patrimonial, utilizada como fachada para movimentações financeiras ilícitas.
Além do envolvimento no tráfico, o homem é acusado de controlar de forma violenta diversos empreendimentos imobiliários nas comunidades citadas, com uso de armamento pesado para expulsar moradores e tomar posse de imóveis que integravam a estrutura criminosa. Não foi possível localizar a defesa do preso.