Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Comerciários do Rio (SECRJ) em parceria com o Observatório do Estado Social Brasileiro revela o impacto da escala 6×1 na vida dos trabalhadores brasileiros. O estudo traz dados sobre salários, saúde mental, carga horária e condições de trabalho da classe trabalhadora submetida a essa rotina exaustiva.
Com mais de 3,7 mil participantes de 400 municípios em todos os estados do país, o levantamento mostra que 67,57% dos trabalhadores que cumprem a escala 6×1 recebem até um salário mínimo e meio. Desse total, 21,56% ganham até R$ 1.412,00 (salário mínimo vigente) e 46,01% entre R$ 1.412,00 e R$ 2.120,00.
A maioria dos entrevistados é composta por mulheres (54,57%), jovens entre 26 e 35 anos (33,19%) e profissionais solteiros (61,03%). A pesquisa também aponta que 92,61% são favoráveis ao fim da escala 6×1, considerada por muitos um modelo de trabalho que impossibilita a conciliação entre vida profissional e pessoal.
Setores mais atingidos pela escala 6×1
Os setores mais atingidos por essa jornada são os de comércio e serviços, com destaque para hipermercados, atacarejos e mercados. As ocupações mais afetadas incluem operador de caixa (16,42%), vendedor (8,48%), telemarketing (5,17%), além de cargos como estoquista, atendente, professor e auxiliar administrativo.
“O estudo apresenta um panorama do sofrimento de quem trabalha seis dias por semana, mais de oito horas por dia, numa escala que não permite equilibrar trabalho e vida privada. Não é à toa que 92,8% dos trabalhadores do comércio – setor que mais aplica a escala – defendem a redução da jornada sem corte de salário”, afirma o presidente do SECRJ, Márcio Ayer.
Além dos dados, o estudo também será disponibilizado em um painel interativo, onde será possível analisar as informações de forma visual, por setor, perfil e localidade.