O estado do Rio de Janeiro já está com um número de casos prováveis de dengue seis vezes acima do limite máximo esperado para esta época, segundo o boletim semanal Panorama da Dengue, divulgado nesta sexta-feira (16,) pela Secretaria estadual de Saúde.
Até 15 de fevereiro, foram registrados 41.252 casos da virose nos 92 municípios, que equivale a 80% das notificações de todo ano de 2023, quando o Rio de Janeiro teve 51.479 registros da doença. O número de internações, em menos de dois meses, já está em 1304, o que representa 41% do total do ano passado. Quatro mortes já foram registrada e o panorama traz mais um fato preocupante: a tendência de aumento na transmissão de casos se mantém pela nona semana seguida.
O modelo de cálculo epidemiológico, conhecido como nowcasting, leva em conta o atraso de inserção de dados no sistema de vigilância. O período analisado pelo boletim corresponde à Semana Epidemiológica 6 (SE 6), que vai de 4 a 10 de fevereiro, incluindo o período de Carnaval. Nesses dias, foram registrados 6.593 casos. Mas, com base no modelo de análise, a secretaria estima que mais de 25 mil novos infectados devem ser registrados no período. Ou seja, cerca de 19 mil ainda devem entrar no sistema.
Vacinação
Em emergência de saúde por causa da epidemia de dengue, a capital iniciou um estudo com a vacina contra a dengue. Resultado de parceria entre a Secretaria municipal de Saúde (SMS), Ministério da Saúde (MS) e a Fiocruz, o programa vai atender 20 mil moradores de Guaratiba, Zona Oeste, com faixa etária de 18 a 40 anos. As primeiras doses começaram a ser aplicadas nesta sexta-feira (16).
Mas a vacinação efetiva contra dengue para o público de 10 a 14 anos está prevista para iniciar no Rio no final de fevereiro, começando por meninos de meninas de 10 e 11 anos. A expectativa é ir avançando gradativamente as faixas de idade, conforme forem chegando as 354 mil doses que serão destinadas pelo Ministério da Saúde para o Rio.