Entidades como a Fecomércio, Firjan e a Associação Comercial (ACRJ) se manifestaram contra o possível aumento de voos no Aeroporto Santos Dumont. A medida foi aventada, em entrevista, pelo secretário de Aviação Civil do Ministério de Portos e Aeroportos, Tomé de Souza.
De acordo com a Fecomércio, a limitação do Santos Dumont está alicerçada em fundamentos técnicos e foi legitimada pelos próprios usuários através de pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), que indicaram a conveniência da transferência de voos para o Galeão.
“O aumento do fluxo aéreo doméstico e internacional para o Rio de Janeiro é uma positiva realidade, o que demonstra o acerto da medida, indicando o fortalecimento do hub aéreo no Galeão. Qualquer mudança neste promissor rumo significa um inaceitável retrocesso nessa iniciativa e será fatal para economia e o turismo do Rio”, afirmou a Fecomércio.
Para a Firjan, o retorno dos voos ao Santos Dumont enfraquecerá o principal aeroporto da cidade, que é o Galeão. Para a entidade, que se manifestou de forma conjunta com a ACRJ, não faz sentido transferir voos nacionais para o “sobrecarregado Aeroporto Santos Dumont, que já opera no seu limite físico”.
“O Galeão está retomando seu protagonismo como porta de entrada dos voos internacionais mediante o hub de conexões com outras cidades que a recente medida de limitar a 6.5 milhões o número de passageiros para o Santos Dumont permitiu retomar”, afirma parte do comunicado.
A Firjan e a ACRJ vão além de afirmam que a medida parece ter interesse de inviabilizar economicamente o Galeão favorecendo aeródromos de outros estados. Acrescentam que o lobby pelo esvaziamento que tornaria insustentável economicamente o Galeão é “um vergonhoso desrespeito com a população carioca e com a economia fluminense”.
Números
Ainda de acordo com Firjam e ACRJ, desde a implementação da limitação de 6,5 milhões de passageiros anuais no Santos Dumont, o Galeão registrou um aumento significativo na movimentação de passageiros internacionais de janeiro a outubro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, onde foi observado crescimento de 31,2% no período.
Além de um crescimento de 49,4% no transporte de cargas, no mesmo período. A recuperação da conectividade aérea internacional pelo Galeão, que concentra voos de longa distância e operações de grande porte, é um reflexo direto da reorientação do tráfego aéreo, consolidando o Rio de Janeiro como uma importante porta de entrada no Brasil.
Paes também fala em Lobby
Mais cedo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), comentou sobre o tema e também classificou o possível aumento de voos no Santos Dumont como lobby pelo esvaziamento do Galeão. O mandatário ainda mencionou, em uma rede social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O lobby dessa gente é um negócio inacreditável. Não acontecerá. Não bastasse o impacto no Galeão e na economia do Rio, as restrições ambientais e no trânsito da região já são motivos mais do que suficientes para normas Estaduais e municipais serem aplicadas impedindo esse aumento. Além disso, sabemos que o presidente Lula tem enorme respeito pelos interesses do Rio”, afirmou.