O requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Transparência, publicado em edição extra do Diário Oficial da Assembleia Legislativa na noite desta segunda-feira (29), provocou um terremoto na política do Rio . O documento recebeu o apoio de 54 deputados — a grande maioria, integrante da gigantesca base do governador Cláudio Castro (PL). O Palácio Guanabara, claro, não gostou nem um pouquinho da iniciativa. E os parlamentares foram pressionados a retirar suas assinaturas.
Mas a estratégia esbarra no Regimento Interno da Assembleia. De acordo com o parágrafo 7º do artigo 84, descrito no capítulo 1 (que trata das Disposições Preliminares), as assinaturas “não poderão ser retiradas ou acrescentadas após a respectiva publicação, ou, em se tratando de requerimento, depois de sua apresentação à mesa”.
Alguns dos deputados que assinaram o requerimento acreditam que o governo ficou preocupado com as investigações, especialmente por ter gastado, nos últimos meses, por meio da Secretaria de Transformação Digital e do Proderj, mais de R$ 1 bilhão com conversão digital, modernização e transparência das informações. E a turma vai querer saber onde e como este dinheiro tem sido investido, já que as queixas por falta de acesso aos dados estão na origem do pedido de apuração.
Se quer neutralizar a atuação da CPI, é melhor o Palácio ir pensando em outra alternativa.