Em meio à confusão no plenário, a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) votou pela revogação da prisão de Rodrigo Bacellar (União). O pedido foi aprovado por 42 votos a favor, 21 contra e 2 abstenções. Agora, a medida será publicada no Diário Oficial e seguirá para o ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal, que deverá determinar as condições para a soltura do deputado.
A falta de consenso entre aliados de Bacellar e a oposição provocou uma confusão generalizada no plenário. A segurança da casa precisou intervir para impedir que o bate-boca evoluísse para um confronto físico.

Rodrigo Bacellar está preso preventivamente sob a acusação de ter vazado informações sobre a operação da Polícia Federal que levou à prisão do ex-deputado TH Joias, investigado por tráfico internacional de drogas.
Aliados do presidente reagem e contestam acusações de associação com o tráfico de drogas
Alexandre Knoploch (PL) saiu em defesa de Bacellar e criticou o que chamou de fragilidade das acusações. “Em nenhum momento o deputado foi sequer chamado para depor na Polícia Federal. A situação criada é muito grave”, afirmou.
Ele também reagiu às menções sobre a relação do presidente da Alerj com TH Joias. “Muitos aqui tratavam TH Joias com beijo e abraço — inclusive gente da esquerda”, disse, acusando adversários de tentar construir uma narrativa política.
A deputada Índia Armelau (PL) afirmou que muitos parlamentares eram próximos de Bacellar enquanto “estava tudo bem”, mas se afastaram após a crise. “Quando tudo é festa, tudo tá maneiro. Mas quando o pau canta, até alguns da direita são covardes. Eu não sou”, disse.
Esquerda votou pela manutenção da prisão de Bacellar
Durante a sessão, os deputados acordaram que apenas três parlamentares de cada lado — favoráveis ou contrários à revogação da prisão de Rodrigo Bacellar — poderiam discursar antes da votação. Entre os que defenderam a manutenção da prisão estava Flávio Serafini (PSOL).
Segundo ele, os elementos apresentados são “graves demais, gravíssimos” e demonstram que “é legal, é prudente e é o melhor para o estado do Rio de Janeiro, no combate ao crime organizado, a manutenção da prisão cautelar do presidente da Assembleia”.
Carlos Minc (PSB), que já havia apresentado voto divergente na reunião da CCJ, também se manifestou contra a revogação. Ele destacou que a posição não significa condenação, mas a necessidade de preservar a investigação, explicando que a decisão final caberá ao Judiciário.
“Votamos pela manutenção da prisão e pelo afastamento, não estamos condenando o deputado Bacellar. Estamos dizendo que a decisão da Justiça é correta diante do poder que ele exerce e da capacidade de influência que possui. A medida é necessária para garantir a integridade da investigação e da produção de provas. É isso que estamos defendendo”.
Parte da direita também foi contra a soltura do presidente da Alerj
Inimigo declarado de Bacellar, Rosenverg Reis (MDB) — irmão do ex-secretário de Transportes Washington Reis, exonerado pelo deputado quando ele assumiu interinamente o governo do estado — fez questão de ser o primeiro a votar. Ele defendeu a manutenção da prisão.
Outros deputados de direita, como Célia Jordão (PL), Douglas Ruas (PL) e Márcio Gualberto, também foram contrários a soltura de Rodrigo Bacellar.
EM ATUALIZAÇÃO
Com colaboração de LUCAS LUCIANO

