Na quinta-feira (8), véspera do primeiro dia de desfiles das escolas de samba na Sapucaí, o governo do estado soltou, no sapatinho, uma edição extra do Diário Oficial.
Basicamente para o secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione, “descentralizar” a execução de crédito orçamentário para “ações culturais promocionais agregadas e inseridas nos eventos carnavalescos” a cargo da Fundação Anita Mantuano de Artes, a Funarj.
Traduzindo o burocratês: liberou um extra de R$ 3,2 milhões para a Funarj “investir” em carnaval. E, dada a urgência, principalmente, nos camarotes do governo do estado na avenida.
A Funarj, cuja função é promover cultura e gerir uma série de museus, teatros e centros culturais, havia sido acionada pelo subsecretário de Eventos e Ações Promocionais, Rodrigo Castro, para assumir a preparação — e os custos — dos espaços oficiais do governo no Sambódromo.
No mesmo dia, porém, o subsecretário estadual de Planejamento e Orçamento, Rafael Ventura Abreu — o homem do cofre — já havia negado os R$ 3,2 milhões pedidos pelo presidente da fundação, Jackson Emerick, para os tais gastos com o carnaval.
Mas, sempre tem uma saída — e uma Casa Civil para remanejar o recurso na última hora.
O detalhe é que não há registro de quanto, destes R$ 3,2 milhões, foram usados nos camarotes. Perguntado sobre o assunto dois dias atrás, o governo do estado preferiu não responder até o momento desta publicação.