Entre os representantes do governo municipal convocados para uma reunião sobre o projeto de lei complementar 186/2024, na última terça-feira (26), estava o secretário de Educação, Antoine Azevedo Lousao. Quem? O moço que está tomando conta da pasta desde o início do mês, quando o titular, Renan Ferreirinha (PSD), assumiu o mandato na Câmara de Deputados para defender (e relatar) o projeto que estende a todo o Brasil a proibição do uso de celulares nas escolas.
Coincidência, ou não, foi só Ferreirinha pousar no Planalto para a crise tomar conta da secretaria no Rio.
Diante do pacote de medidas enviado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) — que altera pontos como carga horária e o direito à licença especial — os professores decidiram entrar em greve. Há protestos quase todos os dias, e manifestantes chegaram a ocupar o plenário da Câmara no fim da sessão de terça.
E Ferreirinha, em Brasília.
Parlamentares de vários partidos participaram da reunião com o governo — e um ponto uniu gregos e troianos, psolistas e bolsonaristas. A ausência irritou o grupo, que chegou a considerar o afastamento do Ferreirinha numa hora crítica como essa — no mínimo — uma descortesia.
“O projeto vai expor os vereadores, e ele vai para Brasília e foge do desgaste. A gente pode se expor e ele não?”, disparou Rogério Amorim (PL), resumindo o descontentamento dos seus pares.