A casa que serviu de cenário para a família Paiva de “Ainda estou aqui”, na Urca, virou uma sensação entre os cariocas, que torcem pelo sucesso do filme protagonizado pela agora vencedora do Globo de Ouro, Fernanda Torres. Há poucos dias do anúncio de indicados para o Oscar, principal premiação do cinema mundial, o local virou um novo ponto turístico da zona Sul do Rio.
Mas o longa-metragem dirigido por Walter Salles, que conta a história de Eunice Paiva e Rubens Paiva, utiliza muitas outras locações da cidade maravilhosa. Segundo a Rio Film Commission, foram realizadas cerca de 250 diárias no Rio. A produção ocupou a cidade inteira, gravando nas zonas Norte, Sul, Oeste e Centro, totalizando 16 bairros. Dentre esses, o “top três” foram: Urca, com 154 diárias, Centro, com 27 diárias e Leblon, com 21 diárias.
Para quem deseja ir além da casa utilizada no filme, e fazer um verdadeiro tour pelas locações de Ainda Estou Aqui, separamos uma lista com alguns dos locais icônicos do Rio, que ajudaram a dar vida ao filme, inspirado na história real retratada no livro de Marcelo Rubens Paiva.
Confeitaria Manom
A confeitaria Manom existe desde 1942. Localizada na Rua do Ouvidor, 187/189, no Centro, é um ambiente rústico, réplica do interior do navio português Serpa Pinto. Ainda hoje conserva o piso de mármore de Carrara, os espelhos franceses e outros itens originais. A tradicional casa funciona como confeitaria e restaurante no sistema de self-service para almoços.
Em “Ainda estou aqui”, ela foi adaptada para se parecer com a antiga lanchonete Chaika, de Ipanema, que fechou após pegar fogo em 2014, e era frequentada pela família Paiva.
Praia do Leblon
Algumas das cenas mais marcantes e dramáticas do filme, foram gravadas na praia do Leblon, bairro onde a família Paiva viveu na realidade. E as filmagens mobilizaram grandes esforços da produção.
Para recriar o ambiente da década de 1970, a equipe se preocupou em dispor carros antigos pela orla, e chegou até a pagar para que os barraqueiros da praia se afastassem do set, e assim gravar as cenas sem a presença de comércio no local, recriando um Leblon antigo.
Instituto Nise da Silveira
As antigas instalações do Instituto Municipal Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, serviram de locação para as cenas tensas ambientadas no DOI-Codi, órgão subordinado ao Exército brasileiro, e local de tortura e prisão durante a repressão da ditadura militar. Na vida real, o DOI-Codi era na Tijuca.
O Instituto Municipal Nise da Silveira existe desde 1911, e nasceu como “Colônia de Alienados do Engenho de Dentro”. Foi lá que, a partir da década de 1940, a dra. Nise da Silveira trabalhou em defesa de métodos humanizados de terapia, revolucionando o tratamento de pacientes psiquiátricos. A partir dos anos 2000, o instituto foi municipalizado e rebatizado. Hoje, é um espaço dedicado à memória, promoção de saúde mental, arte, esporte e cultura.
Túnel Rio450
A cena em que Vera Paiva (Valentina Herszage) e os amigos são abordados de forma truculenta e revistados pela polícia, foi filmada no túnel Rio450, que atravessa o bairro da Saúde, e liga a Rua Primeiro de Março à Via Binário do Porto.
O túnel é considerado o primeiro da cidade a ser construído abaixo do nível do mar, e foi a primeira grande obra viária do “Porto Maravilha”, parte das obras de revitalização da zona portuária. O nome da via faz uma homenagem ao 450 anos do Rio, completados em 2015. Foi inaugurado em 1º de março daquele ano, no aniversário da cidade.