Deputados próximos ao presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União), têm se revezado ao microfone para denunciar integrantes da base de Cláudio Castro (PL) que emitem sinais dúbios sobre as eleições de 2026. O governador já anunciou publicamente que seu pré-candidato é Bacellar. Mas nada tem feito para refrear os equilibristas da base, que insistem em manter um pé também na canoa de Eduardo Paes (PSD).
Curiosamente, o último puxão de orelhas partiu de Giovanni Ratinho, líder do Solidariedade — partido que está tanto no governo do estado quanto na Prefeitura do Rio. Apesar disso, Ratinho cobrou lealdade dos aliados a Bacellar e voltou a falar em ‘riscar o chão’ para delimitar território.
Ratinho disse que o deputado federal Luciano Vieira, do Republicanos, tem dito que está negociando a possibilidade de indicar o próximo titular da Secretaria estadual de Esportes.
Enquanto isso, mantém uma miríade de cargos e indicados na Prefeitura do Rio.

Outro que anda na mira é Dionísio Lins (PP). O homem tem o comando do Instituto Estadual de Pesos e Medidas (Ipem), considerado um canhão político no governo do estado. Mas não só posa com Paes, como tem a mulher, a vereadora Vera Lins (PP), como aliada do prefeito na Câmara do Rio.


O PP, aliás, tem irritado muito os governistas e aliados de Bacellar. O partido comanda a Secretaria estadual de Saúde desde 2016 (quando o atual deputado federal Doutor Luizinho foi nomeado pelo então governador Luiz Fernando Pezão). A pasta é considerada um dos maiores latifúndios do governo do estado.
Mesmo assim, Felipe Michel, um dos principais aliados de Doutor Luizinho e secretário de Envelhecimento Saudável da Prefeitura do Rio, foi exonerado para voltar à Câmara como vereador e ajudar na aprovação do projeto que regulamentou o uso de armas pela Guarda Municipal — o mais importante projeto de Paes neste primeiro semestre, e a principal vitrine eleitoral do prefeito para 2026.
Crise também com a ‘traição’ do PRD, outro integrante da base de Castro
Marcelo Cabeleireiro, que foi candidato a prefeito de Barra Mansa pelo União Brasil, pulou o muro e agora cerra fileiras com Paes. Até aí, nada demais.
Não fosse o fato de Cabeleireiro ter sido nomeado na diretoria da RioLuz e ter posado nas redes sociais ao lado de Rafael Thompson, presidente da estatal municipal Thompson é irmão do ex-secretário de Transformação Digital Mauro Farias — aliadíssimo de Castro e ainda influente no governo, apesar de ter deixado o cargo em dezembro do ano passado.
O presidente do PRD de Thompson é Marcus Vinicius Neskau — que, segundo os deputados descontentes, também tem cargos no governo do estado.
E o líder do partido na Assembleia, Val Ceasa, divide com seu grupo a indicação do secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Flávio Ferreira, e ainda conta com a indicação dos principais cargos na Ceasa. Ainda assim, o vereador Jair da Mendes Gomes (PRD), ligado ao grupo, votou com Eduardo Paes.