Não são apenas as plataformas de aluguel por temporada, como o Airbnb, que estão na mira da Câmara de Vereadores do Rio. Depois de um entregador ser baleado por um policial penal, no último fim de semana, o legislativo carioca deve começar a discutir também a regulamentação dos aplicativos de entrega.
Autor da polêmica proposta de regulamentação do Airbnb, Salvino Oliveira (PSD), afirmou, na sessão plenária desta terça-feira (2), que preparou um projeto de lei para permitir que o entregador decida se irá subir ou não até o apartamento do cliente. O vereador quer usar esse tema como ponto de partida para discutir a adoção de regras para essas plataformas na cidade.
“A partir desse momento, ao lado dos entregadores, vamos debater uma legislação que traga harmonia para a nossa cidade, que garanta direito a esses entregadores e, de alguma maneira, crie regras de convivência, uma regra mínima. Que fique claro o que pode e o que não pode na nossa cidade”, disse.
Em seguida, Rocal (PSD) disse que irá apresentar um substitutivo a um projeto do vereador licenciado Felipe Michel (PP) cujo objetivo é implementar a Lei dos Entregadores Cariocas. O parlamentar destacou que as cidades de Manaus/AM e Fortaleza/CE já possuem legislação do tipo.
“Que o Rio seja a terceira capital do Brasil a ter uma legislação própria, a Lei dos Entregadores Cariocas. De antemão, quero informar a todos que já comecei a elaborar um substitutivo para que, a exemplo de Manaus e de Fortaleza, a cidade do Rio também tenha um projeto que proíba que entregadores possam ir porta a porta”, acrescentou.
Entregador é baleado por policial penal
Um entregador do iFood foi baleado no pé por um policial penal durante uma entrega, na madrugada de sábado (30), em frente ao prédio onde mora o agente, na Rua Carlos Palut, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A vítima, Valério de Souza Júnior, afirmou que a discussão começou depois que se recusou a subir para entregar um pedido no apartamento.
Em vídeo gravado pelo entregador, que rapidamente viralizou nas redes sociais, é possível ouvir o policial dizendo “você não subir é uma parada” antes de efetuar o disparo. Valério foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas já recebeu alta e se recupera em casa. O policial José Rodrigo da Silva Ferrarini permanece preso.