Da moda ao aborto. Assim foi a sessão da Câmara de Vereadores do Rio desta terça-feira (6), que começou com Talita Galhardo (PSDB) alfinetando roupas de colegas e terminou com tumulto e gritaria durante a discussão de um projeto para implementação de cartazes contra o aborto, de autoria de Rogério Amorim (PL), com oposição veemente de Thaís Ferreira (PSOL).
A galeria estava ocupada por manifestantes contrários à proposta, que pretende obrigar a afixação de placas ou cartazes informativos acerca do aborto nas unidades de saúde. Por diversas vezes Amorim, que tentava defender a proposta, foi interrompido por palavras de ordem e aproveitou para provocar.
“Eles tinham dito que só mulheres podem opinar sobre isso. O que os homens estão fazendo ali? Eles são incoerentes”, provocou o bolsonarista.
Thaís Ferreira, por sua vez, rebateu as falas de Amorim e tentou derrubar a sessão pedindo verificação de quórum, o que não conseguiu inicialmente.
“Nós não podemos usar nossa competência legislativa para disseminar o terror e más práticas no ambiente de saúde. Isso é o que recomenda a OMS, o SUS e o Ministério da Saúde”, retrucou.
Apesar de toda a confusão, o projeto, que estava em primeira discussão, não foi votado nesta terça. Inaldo Silva (Republicanos) pediu nova verificação de quórum, após a fala de Thaís, afirmando que a proposta precisaria ser melhor discutida. Desta vez, a sessão foi encerrada por falta de parlamentares no plenário.